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De Beirute a Nova York

Qual o perigo da Al Qaeda na África depois do atentado na Burkina?

A Al Qaeda, se aproveitando das sucessivas derrotas do ISIS (Grupo Estado Islâmico ou Daesh), tem crescido na África e no Oriente Médio. Basta ver que controla vastos territórios na Síria e no Yemen. Já no continente africano, a rede terrorista, com presença maior no Mali, tem intensificado suas ações como no atentado de ontem em Ouagadougou, capital da Burkina.

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Por gustavochacra
Atualização:

A ação seguiu o novo modelo da Al Qaeda, de se focar em lugares frequentados por expatriados. Na ação, o alvo foi o tradicional café Aziz. Entre as vítimas, havia pessoas do Canadá, França, Líbano, Nigéria e da própria Burkina. No ano passado, o Splendid Hotel e o Café Cappuccino, também em Ouagadougou, foram alvo de outra mega atentado da Al Qaeda, com 30 mortos.

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Este braço rede terrorista, conhecido como Al Qaeda no Magreb, ainda não tem condições de realizar ações fora da África, onde uma série de países já foram atacados. O temor é de que haja um crescimento similar ao da Al Qaeda na Península Arábica, com base no Yemen e alcance global. A Al Qaeda na Síria, por enquanto, tem se concentrado em lutar contra o regime de Bashar al Assad e o Hezbollah. Não se sabe, no entanto, qual será o objetivo de longo prazo da organização que controla a província de Idlib com o apoio de nações árabe e ocidentais.

O certo é que a Al Qaeda tem tudo para voltar para o topo de maior rede terrorista do mundo, superando os seus adversários do ISIS. O Boko Haram, na Nigéria, e o Al Shabab, na Somália, são mais locais, sem ambição global.

Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão, comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York e colunista do jornal O Globo, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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