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De Beirute a Nova York

Quem ajudou mais o Irã, Bush ou Obama? Bush, óbvio

George W. Bush criticou Barack Obama pela negociação com o Irã. Algo raro para o ex-presidente, que sempre optou por manter o cavalheirismo e não dar declarações sobre o seu sucessor. Na visão dele, o atual presidente está errado ao negociar com o Irã e abrandar as sanções. Discordo dele, mas é uma opinião legítima e compartilhada por pessoas sérias.

Por gustavochacra
Atualização:

Não podemos esquecer, porém, que Bush fortaleceu o Irã. Primeiro, fez duas guerras para combater dois dos maiores inimigos do regime de Teerã - contra o Taleban no Afeganistão e contra Saddam Hussein no Iraque. Não satisfeito, ainda colocou no poder em Cabul e Bagdá dois aliados iranianos. E, ao longo do seu mandato, o Irã avançou como nunca em seu programa nuclear. Nestas ações pró-Irã de Bush, milhares de americanos e centenas de milhares de afegãos e iraquianos foram mortos.

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Obama, por sua vez, conseguiu impor o maior regime de sanções da história contra o Irã tanto nos EUA como no Conselho de Segurança da ONU. Convenceu a União Europeia a seguir no mesmo caminho. E está perto de um acordo histórico que poderá impedir o Irã de desenvolver uma arma atômica e, além disso, poderá ter um aliado fundamental na guerra contra a Al Qaeda e o ISIS, também conhecido como Grupo Estado Islâmico ou Daesh.

As declarações de Bush apenas contribuem, agora, para enfraquecer seu irmão Jeb Bush, muito mais preparado do que ele para ser presidente dos EUA. Infelizmente, na memória americana, o sobrenome Bush sempre será associado a um dos priores presidentes da história, o primogênito, apesar de George Bush, o pai, ter sido competente, especialmente em política externa. Jeb tenderia a ser como ele, não como George W. Bush, a eterna ovelha negra da família.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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