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De Beirute a Nova York

Quem são os rebeldes moderados da Síria?

Mais uma vez vejo que defensores de armar grupos rebeldes "moderados" na Síria ganha força. O problema é que não existem grupos rebeldes moderados relevantes na Síria. Se tivesse, obviamente esta seria uma alternativa. Mas não existem ou caíram na irrelevância, como a colcha de retalhos que se chamava Exército Livre da Síria.

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Por gustavochacra
Atualização:

Existem três principais organizações rebeldes na Síria - Fronte Islâmico, Al Nusrah e ISIS. As três são extremistas islâmicas sunitas. Todas cometem crimes contra a humanidade. As diferenças? O Fronte Islâmico recebe apoio da Arábia Saudita e não tem agenda internacional; a Frente Nusrah é ligada à Al Qaeda; e o ISIS é considerado muito radical pela rede terrorista fundada por Bin Laden e, por este motivo, os dois romperam.

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Os três perseguem e matam minorias religiosas cristãs e alauítas, conforme eu afirmei aqui ontem no blog.

Sem dúvida, dentro da Síria, existem grupos democráticos sírios dentro e fora do país. Estes não são armados e alguns estão engajados nas negociações de Genebra e merecem todo o apoio diplomático. 

O regime de Assad deve ser condenado por seus crimes contra a humanidade e deve ser pressionado a uma trégua para evitar mais mortes. É exatamente o que a Rússia e os EUA vêm fazendo neste momento em Genebra. Bashar al Assad, goste dele ou não, está vencendo a guerra e não tem incentivo algum para deixar o poder. E uma intervenção externa, depois do Iraque, está descartada - tanto que não aconteceu até agora.

Afinal, independentemente do que falem publicamente, os governos dos EUA e de seus aliados europeus sabem qual é a realidade e seus planos para a Síria não diferem muito dos da Rússia. Os dois lados são ruins no conflito e tudo deve ser feito para evitar mais mortes. 

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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