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De Beirute a Nova York

Ramadã termina com refeição inesquecível

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Por gustavochacra
Atualização:

Hoje termina o Ramadã (mês sagrado para os islâmicos) e começa a celebração do Eid. Os muçulmanos estão em suas casas reunidos e muitos cristãos aproveitaram o feriado prolongado para viajar. As ruas de Beirute estão vazias, a não ser por um ou outro europeu perdido em busca de um caixa-eletrônico ou algum casal dos países do golfo que aproveitam para caminhar no corniche à beira-mar.

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A celebração é bonita e se equipara em importância ao Natal dos cristãos ou ao Rosh Hashana dos judeus - que, por sinal, também acontece nesses dias. Para muitos muçulmanos, ontem foi o último dia para jejuar. Para alguns, será hoje. Depende muito da interpretação do calendário lunar e também de onde a pessoa está. No Líbano, os sunitas marcaram o último dia ontem. Os xiitas, hoje.

Eu estava em Trípoli, no norte, para uma reportagem sobre um carro-bomba que explodiu e matou cinco pessoas.

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Ao terminar a reportagem e após entrevistar guerrilheiros alauítas e sunitas, fui para o lugar que, pelo menos na minha opinião, é a melhor atração turística da cidade. Trata-se da doceria Halab & Sons, que foi fundada em 1881.

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Como era o último dia do Ramadã e Trípoli é uma cidade majoritariamente sunita, a doceria estava com filas de quase uma hora para comprar alguns dos 250 tipos diferentes de doces que são vendidos no local. Entre eles, Baklawa (pode ser de pistache, nozes, ou muitas outras variedades), burma, assabeh, knafeh, halawet, kellaj, maamoul (aparentemente, o mais importante na celebração do Eid), Nammoura e vários outros.

Apesar de não ser muçulmano, fiquei com vontade de celebrar o Eid, especialmente por causa da comida. Como, sem querer, estava em jejum porque nao havia tido tempo para almoçar, voltei a Beirute e fui a um restaurante ter o Iftar - o desjejum.

Os garçons começam servindo um suco de Jelab, que é das coisas mais deliciosas que já provei. Adoça a boca e prepara o estômago para a comilança que vem na sequência. Primeiro, uma sopa de lentilhas. A seguir, Fatouch, Taboule, e o mezze, com hommus, babaganush, coalhada, pães e quibes. Finalmente, é servido o prato principal, que no caso era carneiro com arroz ou uma massa. Na sobremesa, serviram frutas. Mas e os doces? Bom, os doces não são para ser comidos logo depois da refeição, quando o estômago ainda está cheio.

Primeiro, a pessoa termina de comer, toma um café, conversa um pouco e, mais tarde, finalmente, os doces são servidos. Para um não-muçulmano, a celebração estava completa. Os muçulmanos ainda rezaram e foram visitar familiares e amigos. Enfim, feliz Eid para os leitores muçulmanos e Shana Tova para os judeus.

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