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De Beirute a Nova York

Ron Paul e os libertários republicanos não têm medo do Irã e nem de ser contra Israel

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Por gustavochacra
Atualização:

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Irã e Israel são questões de política doméstica americana, de acordo com o professor Gary Sick, da Universidade Columbia. Os israelenses sempre são vistos como o "bom" e os iranianos (o regime) como o "mau". Estes atributos se devem a fatores históricos. Teerã, até 1979, era um aliado. A atitude dos Estados Unidos mudou depois da Revolução Islâmica e a tomada da embaixada, traumatizando a população americana.

Os israelenses são aliados também por fatores históricos e culturais. Os EUA são o segundo maior país judaico do mundo, além de ter grupos evangélicos que admiram os judeus. Israel também esteve ao lado dos americanos na Guerra Fria e culturalmente as duas nações são muito próximas.

Porém as ações dos EUA envolvendo estes dois países afetam a política externa de Washington. Algumas oportunidades são perdidas. O Irã possuía um presidente moderado em 2003 e era inimigo de Saddam Hussein, do Taleban e da Al Qaeda. Seria o momento ideal para Washington se aproximar, já que os dois países possuíam os mesmos interesses. Em vez disso, optaram por isolar Teerã e Mahmoud Ahmadinejad chegou ao poder.

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Nos últimos vinte anos, os EUA também evitaram bater de frente com Israel na questão dos assentamentos. Apenas no governo Obama houve um endurecimento. Mas o presidente voltou atrás, com medo de Benjamin Netanyahu. Outras nações do mundo, como a França e o Reino Unido, criticam abertamente a ocupação da Cisjordânia sem ver as suas relações com Israel se deteriorarem.

Ron Paul, o libertário pré-candidato republicano e possível vencedor do cáucus em Iowa, é o primeiro político a abordar abertamente as questões Irã e Israel como política externa. Na visão dele, uma bomba iraniana não será um problema para os americanos. E, se for para os israelenses, que eles ataquem Teerã sem pedir permissão para Washington. Claro, também sem ajuda militar e financeira. Cada país faz o que bem entender com o dinheiro de seus contribuintes.

 Aliás, o diretor do Mossad disse hoje que o Irã tampouco é uma ameaça para Israel.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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