Assad depende acima de tudo do apoio do Irã. Além disso, está evoluindo no conflito e não vê motivos para ceder. Neste momento, o viés está a seu favor, com a recuperação de uma série de territórios que haviam passado para as mãos da oposição. A pressão russo, que não existirá pois eles torcem pelo regime, não o impediria de seguir adiante com o suporte iraniano, do Iraque e do Hezbollah, além de expressiva parcela da população síria.
A oposição, na Síria, não é uma coisa homogênea. Na guerra civil, entre os opositores, a Frente Nusrah, único grupo com vitórias relevantes contra Assad, não tem o menor contato com os EUA. Ao contrário, os americanos incluíram esta organização na lista de entidade terroristas do Departamento de Estado por ser assumidamente ligada à Al Qaeda.
Portanto esqueçam qualquer possibilidade de fim do confronto. As forças de Assad e suas milícias aliadas continuarão lutando contra esta colcha de retalhos conhecida como oposição síria. No máximo conseguiriam uma trégua de alguns dias, que seria aceita pelos dois lados por questões táticas.
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires