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De Beirute a Nova York

Um governo de união nacional reduzirá a tensão no Líbano?

O Líbano deve finalmente chegar a um acordo para a formação de governo, reduzindo a tensão no país. Será um ministério de união nacional, com as duas facções políticas incluídas no modelo 8-8-8. Isto é, oito ministros da coalizão 8 de Março, oito ministros da coalizão 14 de Março e oito ministros neutros. As duas coalizões terão poder de veto nas decisões do governo.

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Por gustavochacra
Atualização:

Apenas para recordar, a coalizão 8 de Março é apoiada pelos xiitas do Hezbollah e da AMAL, pela maior parte dos cristãos (especialmente os seguidores de Michel Aoun) e por uma minoria sunita. A 14 de Março, por sua vez, tem o suporte da maioria dos sunitas, aliada a outras facções cristãs e, na prática, nenhum xiita.

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Na prática, 8 de Março tem xiitas mais cerca de 60% dos cristãos; a 14 de março tem os sunitas mais 40% dos cristãos. Os drusos são os fiéis da balança. A divisão dos ministérios 8-8-8 seguirá as regras de número de cadeiras por religião.

O impasse para a formação do governo durava desde de abril de 2013, quando Tammam Salam foi escolhido premiê. A 8 de Março defendia um esquema 9-6-9 (nove para cada coalizão e seis neutros). A 14 de Março preferia um gabinete tecnocrático. Mas no fim prevaleceu o 8-8-8.

Apenas para frisar, o premiê, por lei, é muçulmano sunita. O presidente do Parlamento, muçulmano xiita - no caso, Nabi Berri, da Amal. O presidente tem de ser cristão e o mandato do atual, Michel Suleiman, está perto do fim. O Parlamento escolherá o próximo, mas este é um tema para outro post.

O certo, no momento, caso realmente se consolide o novo governo, é uma redução na tensão no Líbano. Claro, há risco de mais atentados, especialmente por parte de grupos ligados à Al Qaeda como o ISIS e a Frente Nusrah. A Guerra da Síria também está em andamento. Mas o governo de união nacional é um avanço. 

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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