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Direto da Europa

FIFA ESCOLHA SUA PRIMEIRA CARTOLA MULHER, MAS DECISÃO VIRA ALVO DE DISPUTA POLÍTICA

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Por jamilchade
Atualização:

Hoje, a Fifa anunciou o que deveria ser uma decisão histórica. Pela primeira vez em mais de 100 anos, a entidade contará em sua cúpula com uma mulher entre os dirigentes esportivos.

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Mas a escolha se transformou em uma guerra política. Joseph Blatter havia feito a promessa há um ano, quando tentou abafar uma crise na entidade. Na época, disse que traria ao Comitê Executivo uma mulher relacionada com o futebol feminino. Não seria por acaso: a modalidade começa a ganhar popularidade e gera já dinheiro para a Fifa, algo que não era o caso nas últimas décadas.

Mas a escolha de Blatter foi política, e não esportiva. A pessoa indicada será Lydia Nsekera, presidente da Federação de Futebol do Burundi. A princípio, uma sinalização com sensibilidade. Uma africana, de um país pobre e fora do eixo Europa-EUA-Japão, onde o futebol feminino ganha força. Melhor ainda: a única mulher presidente de uma federação nacional de futebol.

O problema é que, ao escolher Lydia, Blatter simplesmente dá a maioria absoluta de votos dentro do Comitê Executivo da Fifa para duas confederações:África e Europa. Qualquer decisão que for colocada sobre a mesa, basta o voto das duas confederações e a proposta é automaticamete aprovada. Não por acaso, Michel Platini, presidente da Uefa e protegido de Blatter, se apressou em apoiar o nome da africana.

A Concacaf questionou a decisão em uma reunião ontem, por conta do desequilíbrio nos votos futuros da entidade. Questionei então a um delegado da Fifa que estava na sala para saber qual havia sido a posição da Conmebol diante da perda de poder diante da aliança Europa-África. O delegado apenas comentou: Nicolas Leoz, presidente da entidade sul-americana, não estava sintonizado no debate no momento.

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