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Direto da Europa

Governo Obama ataca protecionismo brasileiro

O governo americano lança duras críticas contra a política comercial do Brasil, acusando as barreiras criadas nas últimas semanas pelo governo de Dilma Rousseff de ser "inconsistentes com os compromissos assumidos pelo Brasil" e indicando que a Casa Branca está "perplexa" com o caminho adotado por Brasília.

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Por jamilchade
Atualização:

O ataque foi feito pelo embaixador dos Estados Unidos para a Organização Mundial do Comércio, Michael Punke, um dos principais negociadores comerciais da Casa Branca.

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Na semana passada, o Brasil elevour tarifas de importação para cem produtos. Legalmente, o Brasil não violou nenhuma regra. Na OMC, o Brasil tem o direito de elevar tarifas até 35% e, hoje, mantem uma média de impostos aplicados de cerca de 12%. Segundo a decisão da Camex, as tarifas foram colocadas em cerca de 25%.

Apesar de não violar leis, negociadores comerciais consultados pelo Estado na OMC alertam que o problema é que o Brasil sinaliza que está indo "na direção contrária" ao que se esperava com a abertura de mercados e das próprias promessas feitas pelo governo no G-20. Pior, poderia servir de exemplo para outros emergentes, tentados a também elevar barreiras.

Numa coletiva de imprensa hoje em Genebra, Punke respondeu a perguntas do Estado com um recado claro ao Itamaraty. "Estamos extremamente preocupados", disse, em relação às medidas adotadas no Brasil para proteger a indústria local.

"Ficamos perplexos pela direção que o país toma", insistiu, apontando também para a onda de medidas protecionistas na Argentina. "

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Entidades como o Global Trade Alert já indicaram em junho que o Brasil havia sido o país com o segundo maior número de medidas protecionistas desde o começo do ano. Brasília era superada apenas pela Argentina. Em outro levantamento, a Câmara Internacional de Comércio apontou o Brasil como o País mais fechado do G-20.

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