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Direto da Europa

O fim do carteiro?

Em cinco anos, correios no mundo registraram queda de 40 bilhões de cartas. Canadá é o primeiro país a anunciar o fim do carteiro

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Por jamilchade
Atualização:

 

 

GENEBRA - Que a Internet estava modificando a forma pela qual as pessoas se comunicam não é uma novidade. Mas, agora, empresas de correios começam a pensar em simplesmente acabar com uma figura que fez parte da sociedade nos últimos século: o carteiro.

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Ontem, o Canada Post anunciou que, até 2020, vai acabar com todos seus carteiros e que não haverá mais entrega de cartas nas casas. 8 mil carteiros desaparecerão, no primeiro país que reconhece a revolução da Internet. Cada cidadão terá de buscar suas cartas nos postos de correio.

A decisão foi tomada depois que o volume de cartas despencou em 25% em apenas cinco anos. Diante da nova realidade e vendo seu déficit chegar a US$ 1 bilhão em 2020, a empresa canadense tomou uma decisão corajosa.

Obviamente, essa é uma realidade que atinge apenas países ricos, onde a taxa de penetração da Internet chega a mais de 80% da população.

A expansão das tecnologias de comunicação não deixa de surpreender nem mesmo os mais otimistas na ONU. Em 20 anos, o tráfego da rede aumentou em 44 mil vezes. No total, o que circulou ao final de 2012 exigiria 200 mil anos de uma conexão discada de Internet para ser transmitida. Por mes, 2013 verá uma expansão no volume de dados na Internet equivalente ao tráfego global acumulado entre 1994 e 2003.

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Mas, apesar da expansão, dificilmente tal medida em relação aos carteiros poderia ser pensada em países emergentes, onde a Internet ainda não chega a 30% das casas.

Mas, segundo dados da União Postal Universal, com sede na Suíça, o número de cartas entregues pelo mundo caiu em 16% em cinco anos, algo inédito na história do setor, mesmo durante guerras. Cerca de 40 bilhões de cartas deixaram de ser entregues desde 2008 no mundo e outras empresas começam a pensar em soluções para rever a forma de atuação e a relevância ainda do carteiro, principalmente diante de projetos como a da DHL de usar drones para entregas.

 

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