Mas, olhando para as pesquisas de opinião, uma coisa fica claro: não é a vontade de se separar de Londres ou ter um passaporte escocês e nem mesmo proclamar a auto-determinação que está sendo determinante. Hoje, o apoio ao movimento separatista escocês chega a apenas 32% da população.
Uma entidade de pesquisa decidiu modificar a forma de questionar a população sobre o assunto e descobriu algo curioso. A pergunta feita não foi a tradicional "Você votaria sim pela independência da Escócia...". No lugar dela, os instituto a substituiu por: "Se a independência resultasse numa renda de 500 libras esterlinas a mais por ano, você seria a favor ou contra..."
65% responderam que se esse for o caso, são favoráveis ao movimento separatista.
Diante da crise econômica que faz a a Europa repensar seus próprios caminhos, o partidos que defendem a independência sabem que não podem e nem devem basear suas campanhas em símbolos do passado, na importância de William Wallace ou ficar colocando o filme Braveheart na publicidade do referendo.
Não por acaso, o líder do movimento separatista, Alex Salmond, insiste que, sem Londres, a Escócia seria o sexto país mais rico da Europa em termos de PIB per capta, conta que muitos analistas discordam.
Curioso é que essa independência, se ocorrer, virá permeada de limitações financeiras para a Escócia. A primeira delas se refere à moeda que irá utilizar. Por anos, o movimento separatista deixou claro que abandonaria a libra esterlina e pediria para se unir ao euro. O problema é que, hoje, com a crise do euro, Salmond não poderia vender aos escocesses a idéia de se unir a uma moeda em plena crise existencial.
A opção foi a de anunciar que, se independente, a Escócia adotará....a libra esterlina e que o BC inglês será o seu também.
O problema, nesse caso, é que Londres precisa concordar com isso. Caso contrário, a Escócia corre o risco de se trasformar num país que tem uma moeda estrangeira com seu padrão, mas controle algum sobre quem emite a moeda, sobre quem determina as taxas de juros, o controle sobre os bancos e toda a política monetária. Enfim, uma independência que não passaria de uma ficção, pelo menos em termos econômicos.