Mas o que as novas revelações dos Panama Papers apontam é que, no fundo, são nesses locais que estão os donos da bola e o controle do futebol. Com mais de uma dezenas de empresas de fachada, o esquema permitiu a venda dos direitos de TV dos maiores torneios sul-americanos e o pagamento de subornos, sem qualquer controle.
Se o FBI descobriu quem recebeu, sua próxima etapa é o de investigar quem pagou. E essa fase já começou, deixando muita gente preocupada.
No ano passado, quando a operação contra a Fifa foi deflagrada, a procuradora americana, Loretta Lynch, indicou que ela havia descoberto a "Copa do Mundo da Fraude".
Agora, estamos descobrindo onde é a sede desse esquema organizado para fraudar o futebol e o torcedor.
As revelações não param por ai. Em maio de 2015, eu publiquei documentos sobre como os jogos da seleção tinham a influências das empresas até na escalação. Fui ofendido em praça pública pela CBF.
Agora, os Panama Papers confirmam que até o clubes que vão para a Libertadores tem seus times escalados pelas emissoras.
Na mesma semana que publicamos os Panama Papers, a CPI do Futebol sofreu uma dura derrota, com o senador Renan Calheiros desconvocando Ricardo Teixeira de prestar depoimento. Como contei no meu livro, Renan teve parte de sua campanha eleitoral bancada pela CBF e emprestava seu escritório para que o ex-cartola fosse bajulado em Brasília.
A operação do FBI contra o futebol vai completar um ano, agora em maio. E o que mudou no Brasil? Quase nada.
Essas e outras revelações apenas reforçam a resposta que dou a todos que sempre me perguntam aqui no exterior se eu já superei o trauma do 7 x 1.
A realidade é que ojogo contra a Alemanha foi a menor das humilhações sofridas pelo torcedor brasileiro.
Para quem não teve a chance de ler, eis o link para a reportagem completa:
http://politica.estadao.com.br/noticias/panama-papers,panama-papers-revelam-novas-offshores-em-esquema-do-futebol-sul-americano,10000025648