O surpreendente resultado das eleições na Grã-Bretanha abre o programa desta semana. Os Conservadores, liderados pelo Primeiro-Ministro David Cameron, conseguiram sua primeira maioria no Parlamento desde 1992, com 331 assentos, e não precisam formar uma coalizão como a que tiveram, nos últimos cinco anos, com o Partido Liberal Democrata, que foi humilhado nas urnas. Ao longo da campanha, as pesquisas que previam que, nem o Partido Trabalhista, nem o Conservador, teriam maioria para governar sozinhos. O Partido Trabalhista perdeu ainda mais representantes do que na eleição de 2010, controla agora 232 assentos. O líder trabalhista Ed Miliband e o líder Liberal Democrata Nick Clegg renunciaram. Mesmo com maioria, os Conservadores vão enfrentar renovada pressão dos nacionalistas escoceses que conseguiram 56 dos 59 assentos reservados à Escócia no Parlamento e devem seguir com a campanha pela autonomia. Conversamos sobre a importância da eleição para o futuro da União Europeia, uma vez que Cameron se comprometeu a convocar um referendo sobre a permanência da Grã-Bretanha na União em 2017. A eleição britânica foi pouco acompanhada dos Estados Unidos, num sinal de declínio da chamada "relação especial" entre os dois países.
A crise dos migrantes africanos no Mediterrâneo será discutida nesta segunda-feira, 11 de maio, no Conselho de Segurança da ONU, após uma semana em que a Itália recolheu 3 mil pessoas em barcos. Andrei Netto comenta a falta de política na União Europeia em lidar com a crise que afeta especialmente a Itália. O correspondente lembra que, em viagens para o Estado de Norte a Sul da Itália, constatou o aumento do sentimento anti-imigrante entre italianos.
A celebração dos 70 anos da vitória sobre os nazistas na Segunda Guerra transcorre com grande pompa em Moscou neste sábado mas com a estranha ausência dos principais poderes europeus e dos Estados Unidos, que se aliaram à União Soviética para derrotar Adolf Hitler. O crescente isolamento de Vladimir Putin, desde a invasão da Ucrânia e a anexação da Crimeia em 2014, se reflete na lista de convidados presentes, liderada pelo presidente da China, Xi Jinping.
Um tribunal superior nos Estados Unidos considerou ilegal a coleta indiscriminada de dados pela NSA, a Agência de Segurança Nacional, na primeira decisão judicial que impões uma derrota sobre o governo Obama desde que Edward Snowden denunciou os programas de espionagem, em junho de 2013. Mas, na Alemanha, o governo de Angela Merkel cujo celular foi grampeado pela NSA, numa revelação que causou mal-estar entre Washington e Berlim, também está na mira de críticas por cumplicidade com a espionagem americana. A revista Der Spiegel revelou, na semana passada, que os serviços de espionagem alemães teriam até colaborado com espionagem econômica de outros países europeus, como a França. Mas, como comenta Andrei Netto, num cenário em que aliados espionam aliados, as reações públicas às denúncias são mais postura do que chamado à ação.
A crise da Petrobras e a investigação Lava Jato foram tema de uma longa reportagem da Bloomberg Business americana. Comentamos também o fato de o nome do ex-presidente Lula ter passado a ser citado na cobertura da imprensa internacional sobre o escândalo de corrupção no Brasil, após uma reportagem da revista Época revelar que Lula é objeto de uma investigação pelo Ministério Público Federal.
Encerramos o De Olho No Mundo com Guillermo Klein, compositor e líder de orquestra argentino, que se apresenta no clube nova-iorquino Village Vanguard com seu grupo Los Guachos, neste fim de semana. Klein lançou no ano passado um cd gravado ao vivo no mesmo clube, com a cantora Liliana Herrero.