Capriles vinculou as declarações de Uribe à disputa política interna na Colômbia entre ele e o presidente Juan Manuel Santos. "Digo ao presidente Uribe, como ao presidente Santos, como a qualquer outro chefe de Estado: 'Não se meta no processo eleitoral da Venezuela!', discursou Capriles no final da noite de segunda-feira em um ato de campanha em Libertador, na Grande Caracas. "Os venezuelanos vão resolver seus problemas e não queremos interferência de nenhum país. Nem da Colômbia, nem de Cuba."
No final da noite de domingo, Uribe postara uma série de mensagens no Twitter em defesa da candidatura de Capriles. Nelas, chamou Chávez de assassino, o acusou de abrigar terroristas das Farc e de ser o responsável pela morte de 19 mil venezuelanos por ano, vítimas da violência urbana. Ele ainda chamou a Venezuela de "paraíso do narcotráfico". As declarações foram feitas após uma visita de Capriles à Colômbia.
Os chavistas aproveitaram para colar a imagem do ex-líder colombiano à oposição venezuelana e vinculá-lo a grupos paramilitares que atuavam no país vizinho e ao narcotráfico. "Apareceu outro vende-pátria na campanha dos majunches( medíocres, apelido criado por Chávez para Capriles): Alvaro Uribe Velez, narcoparamilitar e assassino", disse na terça o chefe da campanha de Chávez à presidência, Jorge Rodríguez, em comício no Estado de Carabobo.
O ministro de Comunicação de Chávez, Andrés Izarra, usou a mesma ferramenta de Uribe para ironizá-lo. "A U da MUD (Mesa de Unidade Democrática, a coalizão opositora) é de Uribe? É uma dúvida que tenho", escreveu em sua conta no Twitter.
Chávez e Uribe tiveram um relacionamento de altos e baixos entre 2002 e 2010. O venezuelano chegou a intermediar negociações para a libertação de reféns da Farc em 2007. Em junho de 2010, os dois romperam relações diplomáticos após Uribe acusar Chávez na OEA de abrigar s Farc.Coube a Santos retomar as relações com a Venezuela. Normalizada, a parceria levou à captura de alguns terroristas das Farc em território venezuelano.