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5 destaques da entrevista de Trump ao 'NYT'

Depois de quase um ano sem falar diretamente com o jornal americano, presidente recebeu equipe de repórteres no Salão Oval e conversou sobre vários assuntos, como a investigação sobre a Rússia e a eleição de 2020

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Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, queria conversar com o jornal The New York Times e convidou o editor da publicação, A. G. Sulzberger, para um jantar "off-the-record" - ou seja, uma conversa cujo conteúdo não poderia ser usado em reportagens do diário. Os dois já tinham se encontrado em situação semelhante em julho.

Sulzberger, no entanto, fez uma contraproposta: uma entrevista "on-the-record" - tudo que fosse dito poderia ser escrito no site e na edição impressa - com a participação de uma equipe de repórteres. A Casa Branca aceitou essa oferta.

Trump conversa com repórteres do 'New York Times' no Salão Oval da Casa Branca (Tom Brenner/The New York Times) Foto: Estadão

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Trump recebeu o NYT no Salão Oval da Casa Branca, onde conversou sobre a investigação de seus contatos com a Rússia antes de ser presidente; também falou sobre Roger Stone, conselheiro informal por muitos anos; de sua relação com agentes de inteligência; fez uma avaliação sobre a disputa presidencial de 2020; e sobre seus primeiros dois anos como presidente.

Veja abaixo cinco destaques da entrevista de Trump ao NYT:

- Não se preocupa com a investigação sobre Rússia e com o procurador especial

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Em relação a qualquer questão sobre a investigação conduzida por Robert Mueller, Trump adotou uma posição de que não há nada importante sendo investigado. Ele também disse que nunca instruiu Roger Stone, que foi indiciado na semana passada, a entrar em contato com o WikiLeaks para obter informações sobre os e-mails hackeados do Partido Democrata.

"Não tenho nenhum dinheiro investido", disse Trump sobre um suposto projeto em Moscou que teria sido discutido durante a campanha à Casa Branca, segundo seu próprio advogado, Rudolph Giuliani. Segundo o presidente, seu defensor estava "incorreto" ou "enganado" ao comentar essa questão.

- Está satisfeito com seus agentes de inteligência

Na terça-feira, funcionários da inteligência dos Estados Unidos divulgaram sua "Avaliação Mundial de Ameaças", que concluiu que a Coreia do Norte dificilmente abandonará seus estoques nucleares, o Irã não parece tomar medidas para fabricar uma bomba nuclear e o Estado Islâmico continua atuando na Síria. Todas essas afirmações contradizem diretamente posições de política externa de Trump.

O presidente ficou inicialmente descontente. "Talvez a inteligência deva voltar para a escola!", ele tuitou na quarta-feira. Ele também disse que não estava feliz nem com o diretor de inteligência nacional, Dan Coats, nem com a diretora da CIA, Gina Haspel.

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Na quinta-feira, tudo foi resolvido, disse o presidente. Ele afirmou que os funcionários da inteligência lhe asseguraram: "Senhor, nosso testo teve o sentido totalmente modificado". O presidente disse que depois que leu o relatório, concluiu que ele e os agentes estão de acordo.

- Negociar a segurança da fronteira com democratas será 'perda de tempo'

Trump, que fez um acordo com os democratas na semana passada para acabar com a paralisação do governo de forma temporária, pareceu rejeitar a ideia de que conseguirá um acordo definitivo sobre sua demanda por financiamento para um muro ao longo da fronteira com o México.

O presidente disse que esperaria para agir até que a resolução para financiar o governo expire em 15 de fevereiro, mas depois chamou a espera de "uma perda de tempo".

Ele insinuou que já havia decidido e que estava satisfeito com a definição de uma crise na fronteira. Quando perguntado se declararia uma emergência nacional para tentar garantir sua demanda por financiamento, Trump disse: "Eu defini minha medidas. Preparei o palco para fazer o que vou fazer."

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- Avalia os adversários na disputa presidencial em 2020

O presidente americano está observando os potenciais adversários democratas em 2020 - "eles realmente se colocaram muito à esquerda" - com destaque para a senadora Kamala Harris, da Califórnia.

Sobre senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts, ele ressuscitou um apelido pejorativo para ela: "Acho que Elizabeth Warren foi gravemente ferida com a questão de Pocahontas". E acrescentou: "Posso estar errado sobre isso."

O presidente também expressou confiança de que ele não teria um rival sério na disputa primária republicana. "Eu não vejo isso", disse Trump, antes de acrescentar: "Acho que tudo é possível".

- Está feliz no cargo, apesar de se arrepender do dinheiro de deixou de ganhar

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Trump disse que planeja disputar a presidência e que não, ainda, um assunto que ele possa dizer que já conquistou o suficiente.

"É um trabalho muito grande (...) que tem muito a ser feito", disse, antes de sugerir que liderar os EUA tem sido "um fardo maior (para ele) do que para outros presidentes".

"Não sei se deveria amar ocupar essa posição, mas eu amo esse trabalho", afirmou.

Depois, se lembrou de sua vida como empresário e reclamou do dinheiro que perdeu desde que assumiu a presidência. "Felizmente, não preciso do dinheiro". / THE NEW YORK TIMES

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