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A diferença entre as sanções removidas e as novas sanções ao Irã

No sábado, EUA e Europa suspenderem sanções econômicas e financeiras contra o Irã; um dia depois, Washington criou novos embargos em razão do programa de mísseis balísticos de Teerã

Por Redação Internacional
Atualização:

No sábado 16, Estados Unidos e Europa anunciaram a suspensão das sanções econômicas e financeiras ao Irã, após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmar que a república islâmica cumpriu os termos do acordo nuclear assinado em julho com o grupo P5+1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, China, Rússia e Alemanha).

Barack Obama discursana Casa Branca Foto: REUTERS|Yuri Gripas TPX

No entanto, no domingo 17, ao comentar o assunto, o presidente americano, Barack Obama, anunciou novas sanções contra 11 companhias ou indivíduos iranianos, agora em razão do programa de mísseis balísticos desenvolvidos por Teerã.

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Entenda as diferenças entre as sanções dos EUA:

- PROGRAMA NUCLEAR

As sanções contra o Irã foram inicialmente implementadas após a Revolução Islâmica, em 1979, mas foi apenas no fim dos anos 2000 que elas mudaram de foco para o desenvolvimento do programa nuclear iraniano. O objetivo das medidas americanas - apoiadas pela ONU e pela Europa - era frear a capacidade de a República Islâmica desenvolver armas de destruição em massa.

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As sanções proibiam, por exemplo, que investidores americanos colocassem seu dinheiro em empresas iranianas. Outro alvo dos embargos foram o sistema financeiro e o setor bancário iraniano, de forma que a partir de 2011 as medidas passaram a proibir as empresas estrangeiras que negociassem com o governo, indivíduos ou empresas iranianas sancionadas de fazer transações nos EUA ou no exterior em dólar.

Essas sanções também excluíram os bancos iranianos do sistema Swift, o sistema internacional de transferências bancárias, fazendo com que US$ 100 bilhões de ativos iranianos que estavam em contas no exterior fossem congelados.

No momento mais crítico, as sanções também afetaram o setor petrolífero do Irã, ao desencorajarem importadores de petróleo de realizar transações com o banco central iraniano e comprometendo assim até 50% das receitas de Teerã e 20% do PIB do país.

- MÍSSEIS BALÍSTICOS

De acordo com as Nações Unidas, em outubro de 2015 o Irã realizou um teste de precisão com um míssil balístico capaz de carregar ogivas nucleares, violando uma proibição da própria ONU. Teerã alega que o míssil testado tinha capacidade apenas para carregar explosivos comuns.

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O presidente Barack Obama afirmou, ao anunciar as novas sanções em razão desse teste, que o Irã violou suas "obrigações internacionais".

As restrições foram impostas a 11 companhias ou pessoas que forneceram materiais para a República Islâmica continuar desenvolvendo o programa, mesmo com a proibição da ONU. Entre os afetados estão, por exemplo, a Mabrooka Trading - uma empresa com sede nos Emirados Árabes Unidos - e seu dono, Hossein Pournaghshband, por ajudarem o Irã a produzir fibra de carbono para o programa.

Outras pessoas e empresas foram incluídas na lista por "fornecer, ou tentar fornecer, apoio financeiro, material, tecnológico ou de outro tipo, além de bens e serviços" para o programa de mísseis iraniano. / REUTERS

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