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A edificação de um Iraque estável

Por redacaointer
Atualização:

NOURI AL-MALIKI, THE WASHINGTON POST, É PRIMEIRO-MINISTRO DO IRAQUE - O Estado de S.Paulo

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Neste momento, encontramo-nos num limiar que constitui um divisor de águas monumental nas relações entre Iraque e Estados Unidos. Os inúmeros sacrifícios suportados pelos povos iraquiano e americano permitiram que o Iraque derrubasse o desprezível regime de Saddam Hussein e estabelecesse uma sociedade livre e democrática.

À medida que as tropas americanas regressarem ao seu país, daremos início a um novo capítulo da nossa história com base, como observou o presidente Barack Obama, nos "interesses e no respeito mútuos". A decisão foi tomada após negociações realizadas no respeito pelas decisões soberanas e políticas de cada uma das partes.

A consolidação de um relacionamento duradouro entre os dois países é vital. Nos próximos meses, deveremos nos concentrar no crescimento econômico, assim como no aprimoramento da cultura, da educação e das ciências. O Iraque progrediu até a fase da edificação de um Estado. Estamos construindo mais de um milhão de habitações para as famílias de baixa renda. A luta pela reconstrução não é menos desafiadora do que a luta pela segurança. Estamos trabalhando para derrubar as barreiras que impedem os investimentos.

Embora tenhamos lutado para colocar a nova democracia do Iraque no caminho certo, os desafios continuam. O processo político e as relações entre os vários partidos políticos seguem evoluindo. Disputas fundamentais ainda cercam a composição política do Estado iraquiano. Acredito que poderão ser resolvidas somando e ampliando os poderes das províncias, resguardando, ao mesmo tempo, a unidade do Estado. As disputas a respeito da nossa Constituição deverão ser resolvidas pelo caminho político.

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A solução dos debates referentes à questão dos recursos petrolíferos é crucial para a expansão econômica do Iraque. Defendi leis destinadas a regular este setor vital e os recursos proporcionais com a parceria nacional e a distribuição equitativa da riqueza.

Assistência. A estabilidade do Iraque após a retirada das forças americanas é uma das principais preocupações de ambas as nações. Acredito na capacidade das nossas forças de segurança e na necessidade da assistência americana.

Mas alguns ainda procuram a destruição do nosso país. O Partido Baath, proibido pela Constituição, acredita em golpes e em conspirações. Os baathistas querem destruir o processo democrático do Iraque.

Outro fator prejudicial para a estabilidade do Iraque foram as ações das potências estrangeiras. O Iraque é um país soberano. Nossa política externa está enraizada no princípio de não interferência nos assuntos de outros países, portanto, somos contrários à interferência externa nos assuntos iraquianos.

O Iraque não busca exercer uma influência indevida em nenhum país, mas cooperar com todos os países para ajudar a manter a segurança regional. O Iraque não se tornará uma fonte de subversão para países amigos.

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Este ano, a Primavera Árabe trouxe enormes mudanças para a região. O Iraque repudia as ditaduras e os governos de um só partido. Esperamos que estes governos consigam trazer liberdade e democracia aos milhões que as buscam e, consequentemente, a região alcance uma nova estabilidade. Isso é do interesse não apenas da nossa região como do mundo inteiro.

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O Iraque experimentou terríveis dificuldades nas últimas décadas. Mas, hoje, confio no futuro do meu país e no potencial e na capacidade de adaptação do povo iraquiano. Nós buscamos um novo desenvolvimento abrangente: a criação de leis e instituições, o fortalecimento das liberdades e o fortalecimento da nossa democracia.

Queremos edificar um Estado de cidadãos, e não de seitas. Queremos construir um ambiente favorável aos investimentos e proporcionar serviços básicos aos cidadãos, como o acesso a uma educação eficiente.

O Iraque pretende constituir um Exército forte e forças de segurança que tenham a capacidade de proteger a nossa soberania e os nossos interesses. Tudo isso poderemos realizar com a ajuda dos Estados Unidos. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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