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A eficácia das sanções econômicas

Sanções internacionais podem ser de três tipos: diplomáticas (redução dos laços bilaterais), econômicas (embargo e outras restrições econômicas) e militares (uso da força). No caso iraniano, a comunidade internacional discute a imposição de novas sanções econômicas ao país. Um breve histórico desse tipo de mecanismo mostra que, mesmo quando funcionam, levam tempo para atingir seu objetivo.

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Por Cristiano Dias
Atualização:

Sanções à Rodésia do Sul: impostas em 1968, três anos após a independência do país, liderado por um regime racista branco. As restrições envolviam todas as transações comerciais da Rodésia, que foi economicamente estrangulada. O colapso definitivo, contudo, ocorreu apenas em 1980, quando os negros assumiram o poder e rebatizaram a nação de Zimbábue.

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Sanções à África do Sul: as primeiras sanções econômicas contra o regime que inventou o apartheid foram impostas em 1962 (restrições às exportações e boicote a produtos sul-africanos). O leque de medidas foi ampliado em 1977, com a proibição da venda de armas ao país, e em 1979, quando a ONU decretou um embargo à venda de petróleo à África do Sul. O governo branco balançou mesmo só depois que o Congresso americano, diante da passividade do presidente Ronald Reagan, começou a aprovar sanções progressivas ao país. O apartheid terminou em 1990.

Sanções ao Iraque: em 1990, o Conselho de Segurança impôs um embargo total ­- financeiro, comercial e militar - ao Iraque, que havia invadido o vizinho Kuwait. As restrições foram amenizadas com o programa "Petróleo por Alimentos", a partir de 1997. O governo de Saddam Hussein resistiu às pressões e só caiu por causa da invasão americana, em 2003.

Sanções à Coreia do Norte: após o primeiro teste nuclear norte-coreano, em 2006, a ONU proibiu viagens e congelou fundos de indivíduos ou empresas ligados ao programa atômico do país. Decretou também um embargo à venda de produtos de luxo e à importação e exportação de materiais e equipamentos militares. A pressão não surtiu efeito. A Coreia do Norte manteve seu programa nuclear e, segundo especialistas, tem hoje de cinco a oito ogivas atômicas.

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