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Chávez contra a imprensa

Por Paula Carvalho
Atualização:

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, esteve presente no noticiário desta semana por suas diversas declarações referentes à liberdade de imprensa em seu país. No domingo, durante seu programa semanal de rádio e TV Alô, Presidente, Chávez negou as acusações de que estaria planejando restringir o conteúdo da internet no país e a liberdade de opinião.

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No entanto, no dia seguinte, seu governo mandou prender Oswaldo Álvarez Paz, ex-governador do Estado de Zulia e integrante do partido de oposição Copei, acusado de conspiração, de espalhar informações falsas e de incitar a violência. Se condenado, ele pode ser sentenciado a penas de 2 a 16 anos de prisão.

Autoridades do país abriram um inquérito sobre as atividades do opositor no início do mês, depois que ele participou de um programa da rede de TV Globovisión, a única emissora que ainda é crítica ao governo de Chávez, e acusou o presidente de ter vínculos com o narcotráfico.

Ontem, o governo intensificou o cerco contra opositores e anunciou a detenção do empresário Guillermo Zuloaga, presidente da Globovisión, acusado de "ofender" o presidente durante reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Aruba.

Com a popularidade em risco por causa da crescente criminalidade e pela crise energética que abala o país, Chávez estaria, segundo analistas, tentando controlar os danos à sua imagem, já de olho nas eleições legislativas de setembro.

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O diretor executivo do Instituto de Imprensa e Sociedade da Venezuela, Ewald Scharfenberg, afirmou que a detenção do empresário e de outros opositores faz parte de um "mecanismo de repressão" que o governo vem tentando implementar no país.

"Recentemente, o governo tem aumentado o controle das opiniões dos dissidentes", afirmou ao Estado, por telefone, Scharfenberg. "O nível de perseguição contra a imprensa na Venezuela está muito alto e deve aumentar ao longo do ano por causa das eleições de setembro."

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