PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

O blog da Internacional do Estadão

Cochilo no ar

Para chegar ao coração da tragédia, o enviado João Paulo Charleux pegou carona num avião de carga e num helicóptero

Por Marcelo de Moraes
Atualização:

 

Foram duas caronas até chegar no coração da tragédia. A primeira, num avião da Força Aérea usado para reabastecer caças de combate em pleno voo. Com o desastre, o KC-135 foi convertido em avião de carga. A reportagem do 'Estado' viajou de Santiago a Concepción espremida no meio de 1,5 tonelada de leite em pó que o presidente boliviano, Evo Morales, doou para as vítimas do terremoto no Chile. O avião nao tem janelas, a escada de acesso é vertical e embutida na parte da frente, os bancos são como pequenos balanços de lona vermelha e, claro, não há serviço de bordo.

PUBLICIDADE

O segundo voo, ate Curanilahue, foi a bordo de um enorme helicóptero Blackhawk, que levava dezenas de caixas com material médico para um hospital de campanha. Um dos passageiros ia armado com fuzil, vestindo capacete e forrado de apetrechos de guerra. A aeronave faz um barulho ensurdecedor, mas o fuzileiro disse que, nos últimos dias, só conseguia dormir quando a fuzarca começava.

Um minuto depois de decolar, ele era o único a cochilar, com a cabeca placidamente recostada no ombro do militar que ia ao lado. Com o risco de saques e novas ondas de violência, os militares da linha de frente so descansam quando conseguem tirar os pés do chão. (João Paulo Charleaux)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.