Depois de assumir o controle de amplas faixas de território no Iraque e na Síria, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) sofreu derrotas significativas nos últimos meses, a mais recente nesta terça-feira, 17, quando as Forças Democráticas da Síria (FDS) anunciaram a retomada de Raqqa.
+ As Forças Democráticas Sírias (FDS), grupo árabe-curdo que combate o EI
Confira abaixo os principais revezes do grupo:
Síria
o Kobani: Esta cidade curda na fronteira com a Turquia se tornou o primeiro símbolo da luta contra o EI, expulso em 26 de janeiro de 2015, após mais de quatro meses de combates pelas forças curdas com o apoio dos bombardeios de uma coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos contra o grupo.
o Dabiq: De baixo interesse estratégico, esta localidade fronteiriça com a Turquia, perdida pelo EI em outubro de 2016, tinha uma grande carga simbólica para os extremistas. Segundo uma profecia do Islã, o Exército dos muçulmanos deveria derrotar ali os infiéis.
o Palmyra: Em 2 de março de 2017, o governo sírio e seu aliado russo recuperam do EI essa cidade do centro da Síria, a qual mudou de mão várias vezes desde o começo da guerra no país em 2011. Foi conquistada pelo EI em maio de 2015, e tomada pelas forças pró-governo em março de 2016, voltando para os extremistas em dezembro. Destruíram parte de sua riqueza arqueológica incluída no patrimônio mundial da humanidade.
o Mayadin: Em 14 de outubro de 2017, as forças de Bashar Assad retomam Mayadin, um dos últimos bastiões do EI, situado na província de Deir Es-Zor. Esta província petroleira - a última da Síria ainda controlada pelos extremistas - é palco de duas ofensivas diferentes: a do governo, apoiada pela Aviação russa, a qual concentra suas operações na margem oeste do Rio Eufrates - sobretudo, na cidade de Deir Es-Zor -; e a das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pela coalizão internacional, na margem direita do rio.
Autoridades negociam retirada de civis antes de ofensiva final a Raqqa
Raqqa
Autoridades locais e tribais negociam a saída de milhares de civis da cidade síria de Raqqa antes da ofensiva final das Forças Democráticas Sírias (FD... Foto: REUTERS/Erik De CastroMais
o Raqqa: Com o apoio dos Estados Unidos, os combatentes curdos e árabes das FDS lançaram em novembro de 2016 uma ofensiva contra a "capital" do EI na Síria, situada no norte do país. As FDS chegam à cidade em junho de 2017 e, em 17 de outubro, anunciam ter tomado o controle da cidade após meses de combates.
Iraque
o Tikrit: De maioria sunita, a cidade é retomada em 31 de março de 2015 pelas forças iraquianas, com o envolvimento das milícias xiitas e da coalizão internacional.
o Ramadi e Fallujah: Capital da vasta província ocidental de Anbar e cidade sunita situada 100 km ao oeste de Bagdá, Ramadi é reconquistada em 9 de fevereiro de 2016. A localidade vizinha de Fallujah, primeira cidade iraquiana capturada pelo EI em janeiro de 2014, é retomada em 26 de junho.
o Mossul: Depois de nove meses de combate, em 10 de julho de 2017, as forças iraquianas, apoiadas por bombardeios da coalizão internacional, tomam do EI a segunda maior cidade do Iraque, mais importante bastião urbano dos extremistas nesse país.
o Tal Afar: Em 31 de agosto de 2017, o primeiro-ministro iraquiano Haider Abadi anuncia a tomada de Tal Afar, cidade estratégica para o EI na rota para a Síria. O poder iraquiano finaliza, assim, a reconquista da Província de Nínive.
o Hawiya: Apoiadas pela coalizão, as forças iraquianas lançam na madrugada de 21 de setembro uma ofensiva contra Hawija, último bastião urbano nas mãos do EI no Iraque. Na rica província petroleira de Kirkuk, a ofensiva busca retomar o controle de um vasto território que vai até o oeste de Hawija.
o As forças iraquianas lançaram em 19 de setembro uma ofensiva contra o EI no oeste da Província de Anbar, perto da fronteira síria. O grupo extremista ainda controla duas cidades - Rawa e, sobretudo, Qaim, a última localidade antes da fronteira. / AFP
