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Crise no Egito: dia a dia

Acompanhe os principais acontecimentos do Egito desde que a população foi às ruas em protesto contra o presidente Hosni Mubarak. Para acompanhar mais sobre a crise no mundo islâmico, acesse o blog de Gustavo Chacra.

Por redacaointer
Atualização:

23 de fevereiro, quarta-feiraSob pressão, novo gabinete se reúne pela primeira vez para discutir a formação de um comitê para tratar de questões de diálogo nacional.

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22 de fevereiro, terça-feira Militares nomeiam novo gabinete com membros da oposição.

21 de fevereiro, segunda-feira - Procurador-geral pede o congelamento dos bens de Hosni Mubarak e de sua família

18 de fevereiro, sexta-feira - Cerca de dois milhões de egípcios voltaram à Praça Tahrir, principal palco dos protestos que derrubaram Mubarak, para celebrar o 'Dia da Vitória' e pressionar o Exército a promover as mudanças que prometeu. Os militares, por sua vez, anunciaram novamente que não vão mais tolerar as greves no país.

17 de fevereiro, quinta-feira - Dois ex-ministros e um magnata que já teve influência no partido governista egípcio foram detidos sob suspeita de envolvimento em atos de corrupção. Os EUA doam US$ 150 milhões para ajudar o país na recuperação econômica e na transição para a democracia.

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16 de fevereiro, quarta-feira - O Ministério da Saúde divulga o primeiro balanço de mortes dos 18 dias de protestos no país - ao menos 365, sem incluir eventuais óbitos de policiais e prisioneiros. Os militares pedem novamente o fim das greves, mas os egípcios desafiam o Exército e mantém as paralisações.

15 de fevereiro, terça-feira - A Junta Militar nomeia uma comissão de juristas para conduzir a reforma na Constituição do país. O órgão tem o prazo de dez dias para preparar emendas à Carta que serão submetidas a referendo. No fim do dia, o canal americano CBS divulga um comunicado informando que a correspondente Lara Lohan teria sofrido ataques sexuais na Praça Tahrir após ser anunciada a renúncia de Mubarak.

14 de fevereiro, segunda-feira - Manifestantes deixam a Praça Tahrir e o Exército pede o fim das greves convocadas durante os protestos. Militares ainda anunciam que devem convocar referendo de emendas à Constituição em dois meses e que devem promover mudanças no gabinete.

13 de fevereiro, domingo - Militares dissolvem o Parlamento e suspendem Constituição.

12 de fevereiro, sábado - Militares reafirmam compromisso pela transição para um governo civil eleito democraticamente e prometem manter os acordos internacionais de paz, para alívio de Israel.

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11 de fevereiro, sexta-feira - Por volta das 18 horas locais (14 horas em Brasília), o vice-presidente Omar Suleiman vai à televisão estatal e anuncia: "O presidente Hosni Mubarak deixa a presidência e delega os assuntos do Estado ao Conselho Supremo das Forças Armadas". A ditadura de 30 anos de Mubarak termina. A oposição e os egípcios nas ruas comemoram.

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10 de fevereiro, quinta-feira - Apesar dos rumores sobre sua queda, Mubarak anuncia que passou seus poderes efetivos ao vice-presidente, Omar Suleiman, que agora tem o poder sobre os militares. A multidão, que esperava ouvir a renúncia do ditador, se enfurece e ruma em direção ao Palácio Presidencial e à sede da televisão estatal. Opositores dizem que a revolução egípcia começou.

aumentam. Hossan Badrawi, chefe do Partido Nacional Democrático (PND), diz que seria surpreendente se Mubarak continuasse no poder até a sexta-feira. O Exército afirma que vai interferir na crise para garantir a "salvaguarda do país" e anuncia que "as exigências dos manifestantes seriam atendidas". Um pronunciamento de Mubarak é esperado para as 22h locais (18h em Brasília). Espera-se qeu o ditador anuncie sua renúncia. O número de manifestantes na Praça Tahrir aumenta, bem como a presença militar no centro do Cairo.

9 de fevereiro, quarta-feira - Os confrontos violentos entre os manifestantes e a polícia se espalharam para outras áreas do país. Ghonim, que se tornara símbolo dos protestos, afirma que "hora de negociar já passou". A Casa Branca volta a criticar o governo egípcio e pede que as autoridades façam mais pelos menifestantes.O chanceler egípcio, porém, critica os americanos por tentarem "impor sua vontade sobre o governo do Egito".

8 de fevereiro, terça-feira - Ghonim dá uma entrevista emocionante a uma televisão local e discursa para os manifestantes na Praça Tahrir. Seu pronunciamento leva centenas de milhares de egípcios ao centro do Cairo e os protestos ganham novo fôlego. Suleiman segue com as negociações com os opositores, mas as forças políticas contrárias a Mubarak não se dão por satisfeitas com as propostas do governo. 

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7 de fevereiro, segunda-feira - No 14ºdia, reuniões entre governo e oposição seguem, mas sem muitos avanços. A administração de Mubarak realiza sua primeira reunião ministerial desde a queda do gabinete e decide pelo aumento do salário de funcionários públicos. O executivo do Google e ativista, Wael Ghonim, é libertado após quase duas semanas preso, o que teria grande influência nos protestos no dia seguinte.

6 de fevereiro, domingo - Governo se reúne para negociar com a oposição e oferece uma série de concessões, como o fim do estado de exceção, a formação de um comitê para reformar a Constituição, a libertação de prisioneiros políticos e fim das restrições à imprensa. Os opositores, porém, saíram descontentes com as concessões e seguiram pedindo a renúncia de Mubarak e a dissolução do Parlamento.

5 de fevereiro, sábado - Após 12 dias de protestos, a alta cúpula do Partido Nacional Democrático (PND), legenda governista do Egito, renunciou. Entre os dirigentes que caíram estão Gamal Mubarak, filho do presidente Hosni Mubarak, e Safwat el-Sharif, secretário-geral do partido. Conhecido por manter boas relações com a oposição, Hossam Badrawi assumirá o posto de El-Sharif. De acordo com a TV estatal, houve seis mudanças na liderança. Por sua vez, o primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, disse que a estabilidade está sendo retomada no país, e se mostrou confiante de que haverá uma solução para a crise sem a saída imediata de Mubarak.

4 de fevereiro, sexta-feira - A oposição continuou desafiando a repressão e 100 mil pessoas se reuniram na praça Tahrir, no Cairo. Os manifestantes ignoraram o clima de terror imposto pelo regime e batizaram a sexta de o "Dia da Partida". O ditador não caiu, mas seu governo cedeu e pediu que a oposição entregue um documento com suas principais exigências, o que foi considerado um sinal de fraqueza. Em Washington, Obama elevou o tom e os EUA começaram a negociar um plano para tirar Mubarak de cena, instaurar um governo de transição e encerrar a crise, segundo o jornal The New York Times.

3 de fevereiro, quinta-feira - Os enfrentamentos entre manifestantes e partidários de Mubarak adentram a madrugada. O novo premiê egípcio, Ahmed Shafiq, pede desculpas pela violência no dia anterior. Em entrevista à TV estatal, o vice-presidente Omar Suleiman convida a Irmandade Muçulmana para um diálogo nacional e critica a rede de TV Al-Jazira. A quinta-feira também é de violência para jornalistas estrangeiros no Cairo. Partidários do regime cercam o hotel onde a maioria dos repórteres está hospedada. Há relatos de prisões, abusos de autoridade e confisco de material. Dois jornalistas brasileiros, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) passam a noite na cadeia.

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2 de fevereiro, quarta-feira - Exército pede o fim dos protestos, mas os manifestantes voltaram à Praça Tahrir no fim da manhã para continuar os pedidos pela renúncia de Mubarak. Manifestantes simpáticos ao presidente também se aglomeraram no centro do Cairo e em pouco tempo iniciam-se os confrontos. Os grupos atiraram paus e pedras uns nos outros e há relatos de que os partidários de Mubarak invadiram a praça montados em camelos e cavalos. Horas depois do início dos combates, o Exército interferiu. Os quartos de repórteres estrangeiros, inclusive o do Estado, são invadidos pela polícia, que buscava câmeras.

1 de fevereiro, terça-feira - Pouco antes da "marcha dos milhões", o Exército anuncia que "reconhece as reivindicações legítimas do povo" e que "não usará força para reprimir protestos pacíficos". Durante o dia, um milhão de pessoas se reuniram na Praça Tahrir, dando início ao maior protesto contra Mubarak desde o início do levante. De noite, Mubarak anuncia que não concorrerá nas eleições de setembro e afirma que, no resto de seu mandato, "responderá às demandas do povo".

31 de janeiro, segunda-feira - No sétimo dia, os manifestantes anunciaram que organizariam para o dia seguinte uma marcha com um milhão de pessoas. Já na segunda, cerca de 250 mil se reuniram na Praça Tahrir. A polícia volta à capital, o Exército reduz sua presença e seis jornalistas da Al-Jazira são presos temporariamente.

30 de janeiro, domingo - Exército segue nas ruas e há relatos de militares cooperando com os manifestantes. A polícia continuou fora das ruas, mas os relatos de violência não diminuíram graças à presença crescente das Forças Armadas. O governo proíbe a rede árabe Al-Jazira de transmitir os protestos.

29 de janeiro, sábado - Nas primeiras horas do dia, Mubarak anuncia que seu gabinete renunciaria. Mais tarde, nomeia o chefe da inteligência do país, Omar Suleiman, como vice-presidente - o primeiro em seus 30 anos de mandato. O presidente ainda incumbe Ahmed Shafik, o novo primeiro-ministro, a formar um novo governo. ElBaradei exorta Mubarak a renunciar.

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Nas ruas, a população segue com os protestos. A sede do Partido Nacional Democrático, de Mubarak, é incendiada. A polícia desapareceu e, durante a noite, saqueadores atacaram lojas e casas nos subúrbios da capital. Os moradores de Cairo se organizam em grupos armados para defender suas propriedades. Várias prisões registraram fugas em massa e o governo ampliou o toque de recolher.

28 de janeiro, sexta-feira - Manifestações chegam a outras cidades e as principais localidades do Egito são tomadas pelos atos contra Mubarak - Alexandria, Suez, Ismaília. O Exército é acionado e veículos blindados são vistos nas ruas. O governo impôs um toque de recolher, que posteriormente foi desrespeitado pela população.

27 de janeiro, quinta-feira - Chega ao país Mohamed ElBaradei, um dos principais opositores de Mubarak, que estava na Europa. A volta do Nobel da Paz estimula os manifestantes e os grupos que protestavam no Cairo e em outras cidades aumentam. A Irmandade Muçulmana, maior bloco opositor, pede para seus partidários irem às ruas no dia seguinte.

26 de janeiro, quarta-feira - Protestos se espalham para Suez e outros locais e a repressão da polícia aumenta. Sites como o Facebook e o Twitter afirmam ter saído do ar, enquanto o governo nega ter cortado os servidores de internet.

25 de janeiro, terça-feira - Inspirados nos protestos da Tunísia que derrubaram o presidente Ben Ali, os egípcios foram às ruas para o Dia de Fúria, manifestações contra o regime de Hosni Mubarak organizadas pela internet. Cerca de 15 mil egípcios foram à Praça Tahrir, no centro do Cairo, em atos contra a corrupção, o alto custo de vida e as políticas do governo. Houve confrontos com a polícia.

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