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Cronologia: As principais datas da história da Catalunha

Catalães foram às urnas para votar em um plebiscito pela independência da região

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Por Redação Internacional
Atualização:

Os catalães foram às urnas neste domingo, 1.º, para votar em um plebiscito pela independência da Catalunha, pleito proibido pela Justiça da Espanha. Veja abaixo as principais datas da história da região que busca sua autonomia.

+ Catalunha, um dos motores econômicos da Espanha

Em junho, líder da Catalunha anunciou a realização de um plebiscito de autodeterminação para 1.º outubro, apesar de sua proibição por parte da Justiça espanhola ( Foto: AFP PHOTO / PAU BARRENA)

2006

Março

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O Parlamento espanhol adota um novo estatuto que reforça a autonomia da Catalunha. O preâmbulo a define como uma "nação" dentro do Estado espanhol. O documento também estabelece "o direito e o dever" dos cidadãos catalães de conhecer as duas línguas oficiais: o catalão e o castelhano.

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Junho

Os catalães aprovam, em plebiscito, o novo estatuto que amplia a autonomia da região, negociado com o governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero e aprovado pela Justiça espanhola. O documento é levado ao Tribunal Constitucional pelo Partido Popular (PP), do conservador Mariano Rajoy.

Julho

Então na oposição, o PP apresenta um recurso contra o novo estatuto de autonomia ao Tribunal Constitucional. Rajoy critica o texto, considerando-o uma ameaça à unidade da Espanha.

2009

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Setembro

Cidade de Arenys de Munt se torna o primeiro de centenas de municípios a organizar votações simbólicas sobre a independência da Catalunha.

2010

Junho

O Tribunal Constitucional anula uma parte do estatuto catalão e deixa "sem valor jurídico" a definição da Catalunha como nação, ao concluir que "a Constituição não conhece outra Nação a não ser a espanhola". A Corte também rejeita o uso do catalão como principal língua nas administrações públicas e nos veículos de comunicação.

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Julho

Centenas de milhares de catalães tomam as ruas de Barcelona aos gritos de "somos uma nação, nós decidimos".

2012

Setembro

Mais de um milhão de pessoas se manifestam em Barcelona em razão da Diada, a festa nacional da Catalunha, sob o slogan: "Catalunha, o próximo Estado da Europa". Enquanto isso, o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy - desde 2011 no poder -, nega-se a negociar uma maior autonomia fiscal para a Catalunha com o então presidente regional, Artur Mas, e aplica uma política drástica de austeridade em plena crise econômica. Aspirando a um marco privilegiado, similar ao do País Basco e de Navarra, que administram seus próprios impostos, Mas convoca eleições em novembro, com a promessa de realizar um plebiscito.

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Novembro

Artur Mas vence as eleições e promete realizar um plebiscito de autodeterminação. Em segundo lugar, ficam os separatistas progressistas do ERC. Os partidos comprometidos com o pleito superam amplamente a maioria absoluta.

2013

Setembro

Em razão da Diada, os manifestantes formam uma corrente humana de 400 quilômetros, como gesto pela independência.

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2014

Novembro

Cerca de 2,3 milhões de catalães votam em um plebiscito simbólico - declarado inconstitucional por Madri. Quase 1,9 milhão (80%) votam pela independência, embora a participação supere apenas 37% do censo.

2015

Setembro

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As eleições regionais antecipadas convocadas por Artur Mas se apresentam como um plebiscito a favor ou contra a independência. Os partidos separatistas, de esquerda e de direita, obtêm 47,8% dos votos e, pela primeira vez, são majoritários em número de assentos no Parlamento catalão.

Novembro

Câmara catalã adota uma resolução, na qual declara o lançamento do processo - que deve ser concluído com a proclamação de um Estado catalão independente em forma de República - no mais tardar em 2017. A resolução seria logo anulada pelo Tribunal Constitucional.

2016

Janeiro

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Carles Puigdemont, separatista de longa data, é designado presidente da Catalunha.

2017

Março

O ex-presidente Mas fica inabilitado por dois anos pela Justiça espanhola por incorrer em "desobediência" com a consulta de 2014.

Junho

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Puigdemont anuncia a realização de um plebiscito de autodeterminação para 1.º outubro, apesar de sua proibição por parte da Justiça espanhola, com a pergunta: "Quer que a Catalunha seja um Estado independente em forma de República?". Em caso de vitória do "sim", e se a taxa de participação não for "ridícula", segundo ele, a região fará sua "desconexão" do restante da Espanha. O governo Rajoy assegura que a consulta não será realizada.

Julho

Puigdemont destitui um membro de seu governo regional que manifestou dúvidas sobre a viabilidade do plebiscito. Igualmente, deixa partir outros três membros do Executivo catalão, também hesitantes, e o chefe da polícia catalã apresenta sua demissão.

Setembro

O Parlamento catalão aprova a lei que permite o plebiscito, convocado pelo governo regional. Justiça espanhola suspende a consulta, de forma cautelar, e adverte os funcionários catalães de que devem se abster de ajudar a organizar o plebiscito. Grandes manifestações são realizadas após a prisão de 14 funcionários de alto escalão do governo regional e da apreensão de milhões de cédulas de votação e outros materiais. Um dia depois, o governo catalão admite que a ofensiva por parte de Madri “alterou” a organização do plebiscito. Governo catalão garante dispor de 2.315 colégios eleitorais e de urnas para realizar o pleito, para o qual 5,3 milhões de eleitores foram convocados. / AFP

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