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Diário do Haiti: Freis brasileiros oferecem pão no lugar da 'argila'

Segundo o frei Afonso Gabriel, a ideia foi oferecer pão todo dia de manhã e à tarde para que 200 crianças não comam terra

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Por Redação Internacional
Atualização:

Luciana Garbin, enviada especial / Porto Príncipe

 

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Um projeto de padaria comunitária mantido por freis brasileiros nos arredores de Porto Príncipe nasceu por causa das bolachas de barro. Ou melhor, em reação a elas. Segundo o frei Afonso Gabriel, da Associação Fraternidade São Francisco de Assis da Providência de Deus, a ideia foi oferecer pão todo dia de manhã e à tarde para que 200 crianças não comam terra.

Todos os dias são produzidos 5 mil pães, vendidos de casa em casa por 15 haitianas. "É como microcrédito", explica o frei Gabriel Martins Alves, há seis anos do país. "Damos os pães para as crianças e o restante é vendido. Com o dinheiro, compramos material para a próxima fornada e damos uma renda às mulheres."

Institutos de ajuda no Haiti são mantidos por religiosos e doações. Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

"Ajuda em muitas coisas: alimentos, roupas, material de escola", conta Lucia Jolibois, uma das participantes. Aos 44 anos e mãe de quatro filhos, ela está no projeto que vende 180 pães por dia.

Conhecido no Haiti como "homem banana", o presidente haitiano, Jovenel Moise, vem do setor da agricultura. Sua família fez fortuna produzindo e exportando bananas. Na campanha, prometeu revitalizar a economia investindo justamente na agricultura. Seus discursos falavam em uma "indústria de comida orgânica viável".

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Sete meses depois, as promessas ainda não se concretizaram. O diretor de pesquisa do Instituto Igarapé (Rio), Robert Muggah, destaca que é difícil cultivar no solo e desastres naturais causam impacto meses ou anos, especialmente no que diz respeito às colheitas. / COLABOROU RENATA TRANCHES

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