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Diário do Haiti: Militares brasileiros realizam última patrulha de missão de paz no Haiti

Em uma das viaturas, foram penduradas uma bandeira de cada um dos dois países; na semana passada, haitianos aproveitaram momento de desmobilização e atacaram por três noites seguidas uma base da Minustah em Port-de-Paix

Por Redação Internacional
Atualização:

Luciana Garbin, Enviada Especial / Porto Príncipe

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Em sete viaturas brancas com a sigla da ONU, 25 militares brasileiros realizaram nesta quarta-feira, 30, a última patrulha da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah). O destino foi Cité Soleil, comunidade considerada um símbolo das operações no país. Foi lá que aconteceram alguns dos maiores confrontos nos primeiros anos de participação das Forças Armadas.

Em uma das viaturas, foram penduradas duas bandeiras, uma do Haiti e outra do Brasil. Como a região ainda é considerada zona vermelha pelas Nações Unidas, ou seja, de maior risco, todos os integrantes da patrulha, incluindo jornalistas brasileiros, tiveram de vestir colete à prova de balas e capacete azul. Mas o clima de despedida foi muito amistoso durante as cerca de três horas de percurso.

O clima de despedida foi muito amistoso durante as cerca de três horas de percurso ( Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO)

Militares brasileiros explicam que tropas são necessárias quando há instabilidade institucional e é necessário lançar mão do componente militar para que as instituições possam funcionar. Para eles, não é mais o caso do Haiti, que agora precisa de segurança pública.

Brecha

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Uma base Minustah foi atacada por três noites seguidas na semana passada em Port-de-Paix, a 164 quilômetros de Porto Príncipe.

Segundo o comandante do batalhão brasileiro na missão do paz, coronel Alexandre Oliveira Cantanhede Lago, moradores do Estado de 462 mil habitantes no noroeste do país tentaram aproveitar o momento de desmobilização da missão para roubar objetos da base.

Ocupada por tropas estrangeiras até poucos meses atrás, a base vem sendo mantida por militares brasileiros. "Com o fim da Minustah, tivemos de fazer a segurança de bases que eram ocupadas por outros contingentes", explica o comandante.

"Nesse momento de transição, a população ao redor dessa bases, que muitas vezes é carente, busca subtrair alguma coisa, mas essas ações foram repelidas dentro da proporcionalidade, basicamente pela verbalização de nossos militares e tudo foi controlado."

Ele diz que não foi uma tentativa de ataque contra os brasileiros, mas sim de roubo. "O objetivo maior é aproveitar o momento de transição para tentar subtrair algo em benefício próprio ou para venda. Isso é normal de se esperar durante esses momentos de transição, quando ainda existe no país uma grande carência.

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A pobreza faz com que as pessoas tentem sobreviver. No momento em que surge uma oportunidade, em que está saindo um contingente e entrando outro, tem essa brecha que pode ser explorada, mas o nosso contingente tem evitado esse tipo de ação."

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