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Diário do Haiti: Tropa responde a ataques contra base militar

Muitos temem, entre outros problemas, a volta de gangues que dominavam partes das cidades do país quando os contingentes estrangeiros chegaram

Por Redação Internacional
Atualização:

Luciana Garbin, Enviada Especial / Porto Príncipe

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Depois de 13 anos, a missão de paz chefiada pelo Brasil no Haiti encerra hoje suas ações operacionais. A partir de amanhã, os 969 militares brasileiros que ainda estão no país se dedicarão à chamada fase de desmobilização, que inclui preparar veículos, armas e outras peças para despachar num navio da ONU para o Rio de Janeiro e entregar limpas as áreas ocupadas por tropas do País e de outras 22 nações desde 2004.

A maioria do contingente deve embarcar de volta até a metade de setembro. Os últimos 152 partirão até 15 de outubro, quando será entregue oficialmente a chave do portão da área usada pelo batalhão brasileiro.

Hoje, uma cerimônia em Porto Príncipe terá a participação de autoridades de Brasil, Haiti e ONU. E começará com uma homenagem às vítimas do terremoto. A tragédia que matou cerca de 300 mil pessoas, incluindo 18 militares brasileiros, postergou por alguns anos a missão, prevista inicialmente para terminar em 2011. Depois, vieram outros problemas, como o Furacão Matthew, que ano passado matou mais mil pessoas, e o adiamento de eleições.

A atual Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) será substituída pela Missão das Nações Unidas para Apoio à Justiça do Haiti (Minusjusth), com foco em ações sociais, jurídicas e de segurança publica. Mas a saída das tropas preocupa os moradores do país mais pobre das Américas. Muitos temem, entre outros problemas, a volta de gangues que dominavam partes das cidades do país quando os contingentes estrangeiros chegaram.

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Entre os dias 16 e 22 de agosto, uma base da Minustah que era usada pelas tropas do Paquistão e estava sendo desmontada pelo Brasil foi alvo de três tentativas de invasão em Port-de-Paix, estado de 462 mil habitantes a 164 quilômetros de Porto Príncipe.

Segundo o comandante do batalhão brasileiro, coronel Alexandre Oliveira Cantanhede Lago, grupos de até 15 delinquentes que atuam na região tentaram por três vezes entrar no local para roubar, mas foram contidos pela tropa brasileira que fazia a segurança do local.

"Eles não foram com o intuito de atacar, mas de furtar bens", explica, acrescentando que os militares usaram spray de pimenta e tiros de borracha depois que começaram a ser alvo de pedras. Após reforçarem a segurança da base e fazerem patrulhamentos no entorno, entregaram a área ao proprietário no dia 22.

"Nesse momento de transição, a população ao redor dessas bases, muitas vezes carente, busca subtrair alguma coisa, mas essas ações foram repelidas dentro da proporcionalidade", disse o coronel.

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