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Diplomatas analisam visita de Bolsonaro aos EUA

Três avanços importantes

Por Redação Internacional
Atualização:

Rubens Barbosa Foram conseguidas três coisas importantes. O acordo de salvaguarda tecnológica que discutimos há 20 anos. Ele abre a possibilidade do uso comercial de Alcântara. Sobre a OCDE, havia uma divisão no governo americano e o governo brasileiro conseguiu desbloquear. Pagaram o preço, que foi a OMC. E terceiro, a questão de ser aliado não membro da Otan. A questão da OMC foi uma negociação normal, mas imagino que o governo tenha feito os cálculos. O que significa não ser mais graduado? Na OMC, não poderemos mais pedir tratamento especial para prazos melhores. Mas o Brasil já vinha perdendo isso. Essa posição de país em desenvolvimento estava acabando. Mas as negociações são assim. Temos de ter uma visão objetiva das coisas. Foi embaixador nos EUA entre 1999 e 2004

 

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Empate com algum risco

Roberto Abdenur O balanço, no que diz respeito a medidas concretas, está empatado. O Brasil fez grandes concessões, como a isenção de visto, a importação de trigo - que talvez até prejudique nossa relação com a Argentina - e a abertura do Brasil à importação de carne suína americana. Por outro lado, foi positivo o aceno de Trump à entrada na OCDE. A designação como aliado extra-Otan também é positiva, apesar de simbólica. O que me preocupa na visita é que dela resulte um alinhamento automático com os Estados Unidos. O presidente e o chanceler mostram sinais de uma opção preferencial por uma relação com os Estados Unidos, que teria um efeito muito negativo para a política externa brasileira. Diminuiria a relação com países árabes e europeus. Esse é o maior risco. Foi embaixador nos EUA entre 2004 e 2006

Concessão e palavras vagas

Rubens Ricupero Bolsonaro conseguiu o que desejava: uma relação mais próxima. Mas, do ponto de vista do País, ele deu concessões substanciais em troca de palavras vagas. É muito desequilibrado o resultado da visita. Do lado brasileiro, os compromissos são quantitativos, como o caso da cota sobre trigo. Do lado americano, são promessas, como o caso da carne bovina. No caso da OCDE, não dá para abrir mão do estatuto da OMC. A história da OCDE é uma manobra de relações públicas. Isso foi vendido por esse pessoal liberal porque pertencer à OCDE obriga a alinhar as políticas públicas. Isso é verdade. Mas nós teríamos diversas políticas que teriam de ser mudadas no Congresso. E não sei se o governo consegue fazer isso. É, na verdade, uma quimera. É bom, mas não abrindo mão de vantagens concretas. / LUIZ RAATZ Foi embaixador nos EUA entre 1991 e 1993

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