É claro que sempre há os mais radicais. Na "festa da vitória" um grupo chegou a recuperar um antigo refrão de exaltação ao golpe militar. "Chi-chi-chi, le-le-le. Viva Chile y Pinochet". Ontem, o novo presidente eleito, com um sorriso aberto e um bom humor incomparável, deu entrevista para a imprensa internacional do topo do mundo. Até literalmente. O local escolhido para a coletiva foi o morro Santa Luzia, num dos pontos mais altos do centro de Santiago.
No final do encontro um jornalista do Peru ofereceu um presente para demonstrar a "amizade de seu povo" - um legítimo Pisco peruano. Trata-se de uma bebida que está no centro de uma disputa comercial entre o Chile e o Peru. Lima diz que o seu Pisco é o "legítimo" e que, da mesma forma que acontece com o Champagne francês, o Chile não poderia chamar o seu produto do mesmo nome (denominação de origem). Piñera saiu pela tangente. "Aceito com muita gratidão o presente desde que isso não signifique que o nome Pisco é patrimônio exclusivo do Peru", disse Piñera.