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Dramas esquecidos: Eletricista freelancer arrisca vida para ajudar vizinhos em favela no Quênia

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Por Robson Morelli
Atualização:

Se as pessoas na favela de Kibera, no Quênia, forem esperar pelo governo de Nairóbi para conectar eletricidade a seus barracos, elas nunca terão energia. Elas contam com a ajuda de eletricistas "freelancer" como Francis Otieno, que arrisca sua vida por US$ 12 por mês.

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Há um ano na função, Otieno já levou cinco choques. Segundo ele, três dos acidentes "não foram tão graves" e só o lançaram longe; os outros dois quase o mataram. "Só gritei. Não sabia o que estava acontecendo. Desmaiei", conta. "Por dois dias, não sabia onde estava".

O esquema de distribuição de eletricidade funciona da seguinte forma: o chefe de Otieno recebe energia elétrica legalmente da distribuidora e vende para Otieno e outros dois eletricistas "freelancer". Ele fornece material para que Otieno conecte 40 casas, recebendo de cada uma de US$ 5 por mês. Descontada a sua comissão, o eletricista "frila" repassa os pagamentos ao chefe.

Otieno, que tem 36 anos, é um herói em sua vizinhança. Problemas elétricos são frequentes na região. E ele atende em qualquer horário. O maior problema de um eletricista no Quênia são os ratos. Os milhares de roedores de Kibera destroem toda a rede de fios. Outro perigo é a estação chuvosa, que atinge a fiação e pode eletrocutar quem está tentando consertar algum eventual problema. Algumas vezes, os problemas são causados por pessoas que usam os fios como varal para secar as roupas.

Seus clientes muitas vezes não pagam pelo fornecimento de eletricidade. Otieno lhes dá três meses de tolerância antes de cortar a energia. Além disso, os "gatos" na fiação para roubar eletricidade também prejudicam o trabalho. O sonho de Otieno é ter dinheiro suficiente para começar a sua própria rede de distribuição de energia, para deixar de pagar o seu chefe.

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