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Em livro, Rumsfeld admite erros na Guerra do Iraque

Por João Coscelli
Atualização:

Donald Rumsfeld, ex-secretário de Defesa dos EUA, admite ter cometido erros relacionados à Guerra do Iraque. Segundo sua autobiografia (Known and Unkonwn, ou Conhecido e Desconhecido, em tradução livre), obtida pelo jornal britânico The Guardian, ele afirma ter dado "declarações erradas" sobre a existência de armas de destruição em massa no país controlado por Saddam Hussein.

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Rumsfeld comandou o Pentágono durante quase toda a era George W. Bush e esteve à frente dos militares na invasão do Iraque. Ele, que é considerado uma das mais controversas figuras do gabinete do ex-presidente republicano, faz revelações sobre a guerra em suas memórias e não poupa o atual governante dos EUA, Barack Obama, de críticas.

Rumsfeld cita casos como a ocasião em que esteve em um programa de televisão e disse que o "governo sabia onde as armas de destruição em massa" estavam escondidas no Iraque. "Estão em áreas perto de Bagdá e Tikrit", disse o ex-secretário, convicto. Como se sabe, nunca foi encontrado o tal arsenal de Saddam Hussein.

O ex-secretário ainda lembra a ocasião quando, em uma entrevista coletiva, disse que "as coisas acontecem" ao comentar saques ao Museu de Bagdá pouco depois da invasão americana. "Falei mais de mil palavras naquela entrevista antes de dizer 'as coisas acontecem', mas parece que essas últimas palavras foram as únicas que importaram".

Rumsfeld ainda nega ter autorizado técnicas de tortura em interrogatórios de terroristas detidos na base de Guantánamo e afirma que tais casos ocorreram sem seu consentimento.

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E nem Obama escapa das revelações e críticas do ex-secretário de Bush. Segundo Rumsfeld, o atual presidente critica seu antecessor pelas políticas de guerra e a base de Guantánamo, mas nada faz para mudar tais posturas.

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