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Em nova aventura, Putin mergulha em submarino na Crimeia

Presidente russo observou navio naufragado a 83 metros de profundidade e defendeu a anexação do território pelo seu país no ano passado

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Por Redação Internacional
Atualização:

MOSCOU - A esperada aventura de verão do presidente russo, Vladimir Putin, já tem a polêmica deste ano garantida e com um pouco de política pois o chefe do Kremlin escolheu a península da Crimeia para mostrar sua faceta exploradora.

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De todas as fantasias que Putin vestiu desde que assumiu o governo da Rússia, em 1999, que vão desde um de tratorista a piloto de hidraviões, o de submarinista deve ser uma de suas favoritas.

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Pelo terceiro verão consecutivo, pelo menos desde que o Kremlin decidiu que era uma boa ideia publicar as aventuras do líder russo, Putin subiu a bordo de um submarino na terça-feira para mergulhar nas águas da baía de Balaklava e observar os destroços de um antigo navio a 83 metros de profundidade.

"Um objeto muito interessante, que ainda deve ser investigado. Pertence aproximadamente aos séculos X-XI, uma época que coincide com o surgimento do Estado russo, o desenvolvimento das relações com Bizâncio", disse Putin depois da aventura.

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O líder russo afirmou ter visto ao redor do navio "uma grande quantidade de âncoras espalhadas", entre outros objetos, e partes da carcaça da embarcação.

Há quatro anos, o Kremlin fez a opinião pública crer que Putin havia encontrado no fundo do mar dois vasos da antiga cidade grega de Fanagoria. "Tesouro! O chefe da expedição diz que são do século VI depois de Cristo", disse o presidente com os dois vasos na mão para os vários jornalistas que estavam na margem na ocasião.

Depois se soube que os vasos tinham sido colocados especialmente nessa jazida arqueológica submarina, conhecido como a Atlântida russa, também em frente à península da Crimeia.

Putin, que realizou o mergulho junto com uma expedição da Sociedade Geográfica da Rússia, cujo Conselho de Patrocinadores é presidido por ele mesmo, garantiu que com essa atividade quis realizar "outra nova tentativa de dirigir o olhar das pessoas para a história (russa)".

Foi a terceira vez que Putim mergulhou: em agosto de 2009, quando era primeiro-ministro, desceu 1.395 metros no fundo do lago siberiano de Baical; no ano passado observou a embarcação à ela "Oleg", naufragada em 1869 no golfo da Finlândia, no Mar Báltico.

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A visita do presidente russo à Crimeia, anexada pouco depois da derrubada do presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovich e da ascensão ao poder das forças europeístas, em 2014, provocou polêmica na Ucrânia, que da mesma forma que o resto da comunidade internacional não reconhece a soberania russa sobre o território.

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Putin quis encerrar qualquer debate sobre esse tema e sentenciou que a Crimeia é território russo porque assim quis o povo que vive ali. "O futuro da Crimeia foi decidido pelas pessoas que vivem neste território. Eles votaram pela reunificação com a Rússia e aí está, ponto final", afirmou o líder do Kremlin.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, qualificou a visita de Putin à Crimeia de "desafio ao mundo civilizado", e advertiu que ela eleva a tensão no leste da Ucrânia. Para Poroshenko, "viagens como esta são a continuação da militarização da península ucraniana ocupada e provocam um um isolamento ainda maior. Só no seio da Ucrânia a Crimeia, incluído seu turismo, tem futuro". /EFE

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