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Empresários cubanos aproveitam brecha na lei e investem em cinemas 3D

HAVANA - Empresários cubanos têm investido, silenciosamente, em novos modelos de negócio no país: os cinemas 3D e salas de jogos com videogames. A brecha surgiu com a nova legislação cubana, decorrente da série de reformas promovidas pelo presidente Raúl Castro desde o início do seu mandato, em 2008.

Por redacaointer
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Os empreendedores trabalham com uma ambiguidade nas leis para transformar cafés e espaços de entretenimento para crianças em iniciativas não previstas pelas recentes aberturas na economia cubana.

No domingo 27, autoridades cubanas disseram que o governo está pensando em formas de regulamentar o setor, que cresceu muito para ser ignorado - anúncio espalhou temor entre os comerciantes. "Não temos informações concretas sobre se eles vão permitir ou não, mas até agora também não disseram que vão proibir", disse o gerente de um cinema central de Havana, que pediu para não ser identificado.

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Como esforço para rejuvenescer a economia cubana, Raúl Castro legalizou empreendimentos de pequena escala em pelo menos 200 áreas desde 2010. Mais de 400 mil empregos foram criados após a iniciativa, frequentemente acompanhada de regulamentações rígidas e altas taxas de impostos.

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Salões para exibição de vídeos não são mencionados entre os empreendimentos autorizados, mas também não são explicitamente proibidos. Os proprietários trabalham com licenças de restaurantes ou lanchonetes. A combinação de sucesso e ambiguidade legal para esses estabelecimentos faz deles um verdadeiro enigma para o governo.

O especialista em empreendimentos privados em Cuba do Brookings Institution, Richard Feinberg, diz que no governo cubano há quem queira receber investimentos privados e quem mantenha posições mais tradicionais. "É uma competição fascinante que vai determinar o futuro de Cuba", afirma.

Alguns "Cinemas 3D" cubanos não passam de uma sala de estar ou garagem com uma TV, um DVD player e um punhado de óculos 3D. Mas há também aqueles com aspecto profissional.

Aixa Suarez, uma ex-agente de compras do governo, passou a sustentar a família (pai, mãe e dois filhos) com um empreendimento parecido. Uma TV LG de 55 polegadas e um Xbox comprado na Flórida garantem um rendimento mensal maior do que o salário que ganhava. Mas, o que ela diz gostar mais é o senso de independência. "Eu não tenho um chefe, eu sou a chefe. E isso é o suficiente para mim."

No cinema de padrão mais alto, no centro de Havana, o equipamento vale US$ 100 mil, e foi transportado para Cuba à mão, de voos que partiram do Canadá, onde o proprietário do espaço vive. Ingressos custam US$ 4 e dão direito uma bebida e pipoca. Os oito funcionários do local têm participação nos lucros da empresa./ AP

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