Estratégia do Estado Islâmico por trás da destruição de Palmyra
Ações do grupo extremista na cidade histórica ganharam a atenção da mídia, o que permitiu aos jihadistas ampliar sua mensagem e expandir sua capacidade de recrutamento
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Por Redação Internacional
Atualização:
Forças do governo sírio, com a ajuda de ataques aéreos russos, retomaram o controle de Palmyra do grupo jihadista Estado Islâmico no domingo. Especialistas agora estão avaliando os danos aos monumentos e artefatos da cidade histórica. Os extremistas destruíram muitos sítios arqueológicos enquanto se expandiam ao longo do Iraque e da Síria, saquearam alguns artigos para obterem lucro e danificaram vários outros para ganhar atenção da imprensa.
Imagens do interior do Museu de Palmyra mostram evidências de que os militantes do Estado Islâmico "realizaram atos de destruição deliberada das esculturas", disse Michael D. Danti, professor de arqueologia na Universidade de Boston. Ele acrescentou que os danos foram profundos, "com alguns monumentos em boas condições e outros em um estado pior do que o esperado".
Cidade histórica de Palmyra, na Síria, após a expulsão do EI
1 / 12Cidade histórica de Palmyra, na Síria, após a expulsão do EI
Cidade histórica de Palmyra, na Síria, após a expulsão do EI
Comparação do icônico Templo de Bel, na histórica cidade síria dePalmyra, em imagens feitas em março de 2014, antes da invasão do EI,e setembro de 201... Foto: AFP PHOTO / Joseph EID AND Maher AL MOUNESMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
O Arco do Triunfo, na histórica cidade síria de Palmira, está entre as construções destruídas pelos combatentes do Estado Islâmico; no domingo, 27, o ... Foto: AFP PHOTO / LOUAI BESHARA AND STRINGERMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Depois de o Exército sírio recuperar o controle de Palmira, a agência oficial Sana divulgou uma série de fotos da cidade que foi amplamente destruída ... Foto: SANA via APMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Em Palmira, na Síria, estão localizadas várias construções de alto valor arqueológico, comoesculturasepilares erguidos há mais de 15 séculos; boa part... Foto: SANA via APMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Cartaz com o logo do Estado Islâmico em Palmira, na Síria, foi parcialmente destruído durante combate entre o Exécito de Bashar Assad e os jihadistas,... Foto: SANA via APMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Em árabe, banner removido pelo Exército sírio localizava o "Tribunal islâmico na Província de Homs", na qual está localizada a cidade de Palmira Foto: SANA
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Interior do Museu de Palmira, na Síria, praticamente todo destruído; imagens do local foram divulgadas nesta segunda-feira, 28, um dia depois de o Exé... Foto: SANA via APMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Dezenas de peças e artefatos históricos abrigadas pelo Museu de Palmira foram destruídos pelo Estado Islâmico; especialistas estimam ser necessários a... Foto: SANA via APMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Estátuas do Museu de Palmira, na região central da Síria, parcialmente destruídas; Unesco disse que Rússia ajudará Damasco a remover minas terrestres ... Foto: SANA via APMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Soldados sírios patrulham as ruas de Palmira depois de os combatentes do Estado Islâmico serem expulsos da histórica cidade no domingo, 27 Foto: SANA via AP
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Dois soldados leais ao presidente Bashar Assad fazem uma selfie em área residencial de Palmira depois de o Exército do país recuperar a cidade control... Foto: AFP PHOTO / Maher AL MOUNESMais
Cidade histórica de Palmira, na Síria, após a expulsão do EI
Soldados do governo sírio erguem suas armas em sinal de vitória após a batalha que expulsou os jihadistas do EI da cidade de Palmira Foto: SANA via AP
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O Estado Islâmico colocou minas ao redor dos templos de aproximadamente 2 mil anos em junho de 2015, segundo um relatório do Observatório Sírio para Direitos Humanos. Os militantes, então, destruíram o Templo de Baal, dedicado ao deus Baal, entre outros.
Os extremistas controlavam a região desde maio de 2015 e, em um programa de rádio transmitido na época, um líder do Estado Islâmico na cidade anunciou que as ruínas romanas não seriam danificadas.
Cinco meses depois, Charlie Winter, um pesquisador da Fundação Quilliam - especialista em movimentos jihadistas -, disse que o Estado Islâmico pode ter mais chances de demolir estruturas antigas em Palmyra enquanto as forças do governo sírio tentarem se aproximar da cidade.
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O Estado Islâmico afirmou que os objetos de valor histórico e sítios destruídos eram uma heresia à ideologia do grupo, centrada no wahhabismo. Em Palmyra, por exemplo, o grupo explodiu duas tumbas históricas por considerá-las formas de idolatria.
Em março de 2015, os extremistas publicaram vídeos em que mostravam os militantes atirando e destruindo Hatra e Nimrud, sítios antigos no norte do Iraque. A sequência dramática de fatos ganhou a atenção da mídia, o que permitiu ao grupo ampliar sua mensagem e expandir potencialmente sua capacidade de recrutamento. /NYT