Luiz Raatz
17 de março de 2010 | 01h20
Quatro ex-reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) saíram das eleições legislativas do último domingo no país com suas ambições políticas frustradas. O único candidato bem sucedido, Jorge Gechem, conseguiu uma vaga no Senado pelo partido U, do presidente Alvaro Uribe. Os outros quatro, que optaram pela oposição, saíram derrotados.
A mais conhecida deles, a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas, não conseguiu uma vaga no Senado pelo oposicionista Partido Liberal. Clara foi sequestrada junto com a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt em 2002. Ela teve um filho no cativeiro com um guerrilheiro e foi libertada em 2008. Consuelo Gonzalez, solta junto com Clara, não conseguiu uma vaga na Câmara, segundo a agência AFP.
Outros ex-reféns, Luís Eládio Perez e Orlando Beltrán, soltos em 2008, também foram derrotados nas urnas, assim como Gustavo Moncayo, pai do refém Pablo Emílio Moncayo, único familiar das vítimas a se lançar na política.
Por outro lado, políticos investigados por vínculos com paramilitares conseguiram ao menos 25 das 102 vagas no senado, segundo a Fundação Novo Arco Íris, que estuda o conflito colombiano.
O caso mais notório é do Partido da Integração Nacional, que segundo a ONG é composto por ‘herdeiros dos paramilitares’ e que teve 8% dos votos, o que lhe daria oito senadores.
Com 93% dos votos apurados, o Partido Social de Unidade Nacional, do presidente Uribe, deve ter 28 cadeiras no Senado. O Partido Conservador, que também é aliado do presidente, ficará com 22. Os oposicionistas do Partido Liberal devem ter 17. O Senado colombiano tem 102 vagas. Duas delas são destinadas a candidatos indígenas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.