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Funcionários de alto escalão dos EUA usam rede do governo para acessar site de traição

Dados mostram que servidores de mais de 20 agências federais se conectaram ao site Ashley Madison enquanto estavam no trabalho; casos em redes estaduais e municipais também foram registrados

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Por Redação Internacional
Atualização:

WASHINGTON - Funcionários de mais de 20 agências do governo dos Estados Unidos, com cargos em setores como segurança nacional e Justiça, estão entre as centenas de pessoas que utilizaram as redes de internet do governo americano para acessar e pagar as mensalidades do site Ashley Madison, que busca parceiros para relacionamentos extraconjugais, de acordo com informações obtidas pela Associated Press (AP).

A lista inclui pelo menos dois assistentes de fiscais federais, um administrador de informação tecnológica de apoio à Casa Branca, um investigador do Departamento de Justiça, um chefe de divisão e um hacker do governo empregado de contraterrorismo no Departamento de Segurança Nacional. Outros funcionários também visitaram o site usando redes operadas pelo Pentágono.

Hackers divulgaram 9,6 gigabytes (GB) de dados de milhões de clientes do site Ashley Madison Foto: Reprodução

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As políticas que autorizam ou não funcionários a visitarem sites como o Ashley Madison durante o horário de trabalho variam dependendo da agência, mas esse uso levanta o questionamento sobre que páginas de assuntos pessoais são aceitáveis que os burocratas americanos acessem nas horas de trabalho pagas pelos contribuintes, em especial aqueles funcionários em posições delicadas que podem, por exemplo, ser chantageados.

Leia também:- Hackers revelam dados de milhões de clientes de site de infidelidade- São Paulo é a cidade com mais usuários no site de traição Ashley Madison

Nesta semana, hacker divulgaram dados detalhados de milhões de pessoas registradas no site. O caso ocorreu cerca de um mês depois da invasão aos servidores da Avid Life Media Inc, empresa com sede em Toronto, no Canadá, que é dona do Ashley Madison. O portal, cujo lema é "A vida é curta. Curta um caso", se promove como um site que facilita as relações extraconjugais.

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Poucos dos que se conectaram usando as redes federais também utilizaram contas de correio do governo para se cadastrar. Os dados obtidos pela AP mostram ainda que desses que utilizaram um e-mail oficial, o funcionário público há mais tempo está há cinco anos no governo e o mais recente foi admitido em julho. Os dados englobam mais de duas dezenas de agências, como os Departamentos de Estado, Justiça, Energia, Tesouro e o de Transportes. Também foram registrados acessos das redes da Câmara e do Senado.

Os dados mostram ainda casos de funcionários de alguns Estados e também de governos municiais em todo o país utilizando as redes do governo para acessar o Ashley Madison.

O secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, afirmou na quinta-feira que o Pentágono estava analisando a lista de pessoas que utilizou seus e-mails militares para acessar o portal para relacionamentos extraconjugais. O adultério pode ser uma infração penal de acordo com o Código Uniforme da Justiça Militar. / AP

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