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Líderes e políticos estrangeiros comentam decisão da Justiça venezuelana

Espanha, Alemanha e Chile criticam a decisão do TSJ de assumir as funções do Legislativo; Rússia pede diálogo e Bolívia denuncia tentativa de desestabilizar governo de Nicolás Maduro

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Por Redação Internacional
Atualização:

o Espanha

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A maioria dos líderes políticos da Espanha, incluindo o primeiro-ministro, criticaram nesta sexta-feira a decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela de assumir as funções da Assembleia Nacional.

O líder do partido Ciudadanos, Albert Rivera, qualificou a medida de "intolerável" em mensagem publicada no Twitter. "Maduro dá um golpe de Estado e fecha a Assembleia Nacional. Meu apoio à oposição democrática", escreveu.

Já o esquerdista Podemos pediu que uma solução negociada seja encontrada para o caso. "(Na Venezuela) há um conflito de legitimidades democráticas igualmente elegidas pelas urnas", disse à uma emissora local Pablo Bustinduy, responsável do partido para assuntos internacionais.

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Apoiadora de Nicolás Maduro tenta tomar a câmera de um fotógrafo que acompanhava manifestação contra o governo (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins) 

Já o premiê Mariano Rajoy destacou que com o "rompimento da divisão de poderes se rompe a democracia". "Pela liberdade, pela democracia e pelo Estado de direiro na Venezuela", escreveu também no microblog.

o Alemanha

O governo alemão pediu nesta sexta ao governo venezuelano que "retome urgentemente as estruturas democráticas" no país e acusou o presidente Nicolás Maduro de converter a população em "refém de suas próprias ambições".

"É inaceitável a maneira com a qual o presidente Maduro converte a população de seu país em reféns de suas próprias ambições de poder", disse o porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert. Ele disse também que Berlim "está muito preocupada pelos recentes acontecimentos na Venezuela".

"A suspensão do Parlamento venezuelano por parte do Tribunal Supremo do país tornou oficial a de facto e há muito tempo existente destituição da Assembleia", concluiu Seibert.

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o Parlamento Europeu

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse que ligará nesta sexta-feira ao líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, para transmitir sua preocupação depois da decisão do TSJ.

"O Parlamento Europeu apoia a Assembleia Nacional, o único poder legítimo, e denuncia o autogolpe de Estado perpetrado pelo regime venezuelano", disse Tajani em sua conta em uma rede social.

Também nesta sexta, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, alertou que a decisão da Justiça venezuelana "coloca em dúvida" os poderes constitucionais da Assembleia Nacional. "(A medida) restringe a imunidade parlamentar de seus membros, que foram democraticamente eleitos pelo povo da Venezuela", disse Federica, em comunicado.

o Rússia

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A Rússia pediu que o diálogo se imponha sobre a confrontação na Venezuela e considerou que nenhuma força externa deve "jogar mais lenha na fogueira" ao comentar a situação no país caribenho. "É muito importante que a lógica do diálogo se imponha sobre a lógica da confrontação", disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Maria Zakharova.

"Estamos convencidos do princípio da não ingerência nos assuntos internos de outros países", completou Maria em nota divulgada no site da chancelaria russa.

Segundo a porta-voz, a Rússia está "analisando atentamente os aspectos legais e as consequências das decisões adotadas para transferir as funções legislativas para o Tribunal Supremo (da Venezuela). "É necessário que se tomem medidas para desbloquear a atividade de todos os órgãos de poder legítimos, incluindo a adequação de suas medidas, de acordo com a legislação vigente."

o Chile

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, condenou nesta sexta-feira qualquer situação que "altere a ordem democrática" na Venezuela. "Quero me expressar sobre um assunto que tem nos preocupado nas últimas horas, sobre a situação na Venezuela, e quero expressar, em nome do governo e do povo chileno, nossa condenação à qualquer situação que altere a ordem democrática no país", disse Bachelet durante um fórum empresarial em Lisboa, onde faz uma viagem oficial de dois dias.

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Na véspera, em sua conta no Twitter, a presidente chilena já havia qualificado a situação na Venezuela como "muito preocupante". "Na América Latina, devemos defender a convivência democrática em nossas sociedades", dizia sua mensagem.

Ainda na noite de quinta-feira, o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, anunciou que chamou ao país para consultas o embaixador na Venezuela, Pedro Ramírez.

o Bolívia

Na contramão da maioria dos países, a Bolívia expressou seu "incondicional apoio" à Venezuela e denunciou uma ingerência internacional que pretende desestabilizar o presidente Nicolás Maduro.

O governo de Evo Morales, que está em Cuba para uma cirurgia, denunciou "um novo ataque que tenta dividir a democracia, desestabilizar o governo do presidente Nicolás Maduro e rejeitar a Constituição venezuelana".

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"Este tipo de ação somente atenta contra a unidade da América Latina e do Caribe e responde aos interesses extraterritoriais, com claros atos de ingerência que tornam vulneráveis o direito internacional e a convivência pacífica entre países irmãos", disse a chancelaria boliviana. / AP, EFE, AFP

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