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Mulher de Netanyahu é alvo de imprensa israelense

Por Paula Carvalho
Atualização:

Relatos polêmicos sobre o comportamento excêntrico de Sara Netanyahu, mulher do premiê Binyamin "Bibi" Netanyahu, tornaram-se fonte de discussão e críticas contra o governo de Israel, e vêm ganhando cada vez mais espaço na imprensa local.

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Acusações contra Sara, terceira mulher de Bibi e mãe de seus dois filhos, vão desde sua influência no governo até o tratamento que dá aos seus empregados. "Sara é retratada pela imprensa como uma mulher louca e desequilibrada", afirmou ao Estado, por telefone, Daniel Levy, diretor do programa de Oriente Médio da New America Foundation, em Washington. Segundo ele, até mesmo Bibi sabe que o comportamento de sua mulher é prejudicial para sua imagem, tornando-se uma desvantagem política para seu governo. "Ela é um alvo fácil porque perde a calma com facilidade e, por isso, não pode representar o premiê em nenhum evento."

Em janeiro, os excessos de Sara voltaram a aborrecer Bibi, quando Lilian Peretz, que trabalhou como empregada doméstica durante seis anos na casa do casal, abriu um processo denunciando os maus-tratos da ex-patroa. Lilian quer uma indenização de pouco mais de US$ 81 mil por salários não pagos e abuso moral.

"Toda vez que encontrava com Sara, ela me obrigava a elogiá-la, falando como inteligente e bonita ela era", afirmou Lilian no processo. "Ela me ligava às 2 horas da manhã para reclamar de almofadas e insistia que eu levasse para o trabalho quatro conjuntos de roupa: uma para lavar roupa, uma para limpar os banheiros, uma para arrumar os quartos e outra para trabalhar na cozinha."

Outro escândalo envolvendo Sara ocorreu em fevereiro, quando a imprensa local teve acessos a documentos que comprovariam sua suposta interferência no governo de seu marido.

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De acordo com o jornal Yediot Ahronot, ela teria vetado a nomeação do diplomata Alon Pinkas para um cargo do país na ONU depois de não gostar de um artigo escrito por ele para a revista Newsweek. No texto, Pinkas fazia críticas a algumas políticas de Bibi. A denúncia publicada pelo jornal fez com que o premiê respondesse às críticas, assegurando que sua mulher não participa das decisões de seu governo.

Levy, porém, discorda de Bibi. "É claro que há algum nível de influência de Sara, mas não chega a ser tão explícito como o casal Kirchner, na Argentina", disse o analista, que ressaltou o fato de ainda não haver provas concretas de que ela tenha interferido na nomeação de Pinkas. No entanto, Levy afirmou que muitos funcionários do governo deixaram o gabinete nos últimos meses por causa de Sara. "Se você trabalha com Bibi, e Sara não gosta de você, aí é um problema porque ela fará com que você seja demitido."

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