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O caso do suposto complô contra Evo Morales em 2009

O promotor de Justiça da Bolívia Marcelo Soza pediu refúgio provisório ao Brasil após deixar seu país sob alegação de perseguição política do presidente Evo Morales. Soza era responsável pela investigação de uma suposta conspiração para matar o presidente em 2009.

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Por redacaointer
Atualização:

Lembre o caso:

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Em 2011, o governo brasileiro aceitou o pedido de refúgio feito pelo juiz boliviano Luis Tapia Pachi, que também fugiu da Bolívia - em julho de 2010 - alegando perseguição política após envolvimento no mesmo caso.

Pachi atuava na investigação do suposto complô da oposição boliviana para matar o presidente e disse que passou a ser perseguido e sofrer ameaças de morte por não aceitar a mudança de jurisdição do caso de Santa Cruz de La Sierra para a capital do país, La Paz.

Em abril de 2009, durante as investigações sobre a denúncia de complô, a polícia boliviana invadiu um quarto do Hotel Las Américas, em Santa Cruz de La Sierra, e matou três estrangeiros - Eduardo Rózsa, de nacionalidade boliviana, croata e húngara; Arpád Magyarosi, húngaro-croata, e o irlandês Michel Dwyer - considerados mercenários contratados para matar Morales.

Dias depois da ação policial, a promotoria acusou o ex-presidente do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz Branko Marinkovic e o governador de Departamento de Santa Cruz Rubén Costas de dar apoio logístico e financeiro ao grupo.

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O governo afirmava ter se tratado de uma operação bem sucedida, que evitou o atentado contra Morales, mas opositores diziam que a polícia havia executado os três homens. Pachi acreditava que havia ocorrido um "exagero na ação dos policiais". Ficou clara a atuação criminosa da polícia boliviana. Os soldados fortemente armados entraram no quarto do hotel e mataram os três quando estavam dormindo. Não houve a mínima chance de defesa para as vítimas", disse na ocasião.

"Quando estava num estágio avançado do processo, tudo apontava para um desastroso equívoco do governo Evo. Mas a Suprema Corte transferiu o caso para La Paz, colocando-o sob a responsabilidade do juiz Marcelo Soza. Ora, eu já tinha ouvido pelo menos 30 testemunhas que depuseram contra o governo e não aceitei a transferência de jurisdição. Fui intimado para dar explicações ao Ministério Público, mas não fui por uma questão de hierarquia. Sou um juiz e não tenho de responder a promotores", afirmou Pachi na época.

Soza era promotor de Justiça de La Paz e se tornou o novo responsável pelo caso. Ele ameaçou pedir a prisão internacional de Pachi, dizendo que ele apareceu em imagens ao lado do ex-líder da União Juvenil Crucenhista David Sejas, também refugiado no Brasil e acusado de envolvimento no complô contra Evo.

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