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O que você precisa saber sobre os protestos na Venezuela

Entenda os motivos da crise no país e o posicionamento do governo chavista e dos países vizinhos

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Por Redação Internacional
Atualização:

A oposição venezuelana vai às ruas nesta quarta-feira, 19, pela sexta vez neste mês protestar contra o presidente Nicolás Maduro e pedir a realização de eleições. Entenda os principais pontos da crise no país caribenho:

- Por que os venezuelanos estão protestando?

A oposição acusa o presidente Nicolás Maduro de estabelecer uma ditadura no país desde que chegou ao poder, em 2013. Além disso, no ano passado a Justiça do país - que os opositores dizem ser controlada pelo governo - bloqueou as tentativas de realizar um referendo para revogar o mandato de Maduro.

Opositores protestam contra Maduro na capital venezuelana, Caracas (AFP PHOTO / RONALDO SCHEMIDT) Foto: Estadão

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Outro ponto na lista de reivindicações é a realização das eleições para prefeito e governador, adiadas por tempo indeterminado pelo governo - a última votação na Venezuela foi a eleição parlamentar de 2015, vencida pelos opositores. O estopim para o atual ciclo de protestos, porém, foi a decisão tomada em 29 de março pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de assumir as funções do Parlamento e remover a imunidade dos deputados - medidas que foram cancelas dias depois.

- Qual a resposta de Maduro? O presidente venezuelano adota uma postura desafiadora. Em vez de tomar medidas para reduzir a tensão com a oposição, ele adotou um tom de confrontação com opositores e manifestantes, a quem chamou de "vândalos e terroristas".

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"Vamos atrás de vocês, vamos capturar até o último agressor", disse Maduro no sábado em discurso transmitido pela TV estatal. "Vocês sabem que eu não brinco. Quando vamos atrás de criminosos, os pegamos. E vamos capturar todas esses criminosos atuando com ordens da direita", disse o presidente.

- Por que tirar Maduro do poder? A Venezuela está em crise e, apesar de não haver uma solução simples para os problemas do país, a oposição argumenta que está preparada para corrigir os problemas da economia em colapso. Nos últimos anos, o país tem sofrido com uma severa escassez de itens de primeira necessidade, como leite, ovos, farinha e papel higiênico. Além disso, quando há comida e bebida nas prateleiras dos mercados, o preço é tão elevado que a maioria dos venezuelanos não podem pagar.

Os remédios são outro item básico em falta no país e a rede de saúde da Venezuela está se desmantelando, fazendo com que a quantidade de mortes nas instituições de saúde, incluindo de recém-nascidos, aumente diariamente.

- E quanto aos países vizinhos da Venezuela? A Organização dos Estados Americanos (OEA) tentou declarar a Venezuela em violação de sua Carta Democrática, mas a iniciativa foi barrada por países do Caribe e da América Central que apoiam Maduro. O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, constantemente se refere ao país como uma ditadura.

De forma geral, porém, a região parece dividida quanto a apoiar ou não Maduro. Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Mexico, Paraguai, Peru e Uruguai assinaram nesta semana um documento conjunto pedindo que o governo chavista "garanta o direito de manifestações pacíficas" e evite a violência contra os protestantes.

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Até o Vaticano se envolveu na crise. O papa Francisco enviou um representante a Caracas para mediar as conversas entre governo e oposição em 2016. As negociações, no entanto, não chegaram a um consenso, mas o pontífice se disse disposto a encontrar-se pessoalmente com os dois lados para resolver o conflito.

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