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Os trunfos de Maduro para se manter no poder na Venezuela

Saiba quais fatores ainda dão sustentação ao governo do presidente bolivariano apesar da grave crise econômica e da escassez de produtos de primeira necessidade que atingem o país

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Por Redação Internacional
Atualização:

A comida é escassa, os preços estão disparados, há protestos todo dia e o apoio popular já não é o mesmo, mas os analistas questionam como o governo de Nicolás Maduro consegue sobreviver à pior crise econômica e política na Venezuela em décadas.

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Maduro conta com muito pouco do que Hugo Chávez - seu mentor político - teve, começando pelo valor do petróleo (que caiu 50% em seus dois primeiros anos de gestão). Para Maduro, tampouco as pesquisas são positivas: sete em cada dez venezuelanos reprovam seu governo, segundo a empresa independente Datanalisis.

Saiba quais são seus trunfos para se manter no poder:

- Controle militar e institucional

Maduro participa de ato político em Caracas ao lado do Ministro da Defesa, Vladimir Padrino López (D) e do vice-presidente executivo, Aristóbulo Istúriz Foto: REUTERS/Miraflores Palace

Maduro deve parte de sua sobrevivência política ao controle institucional que o chavismo exerce no comando dos militares ativos ou aposentados, que ocupam 10 dos 30 Ministérios, incluindo os de Defesa, Agricultura e Habitação.

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O governo "tem o controle das instituições e mantém uma relação muito próxima e muito forte com os militares", diz Luis Vicente León, analista e presidente da empresa Datanalisis.

A oposição prega que o poder de Maduro vai além dos quartéis e se estende à Justiça e ao órgão eleitoral do país, vitais na atual conjuntura em que se apresenta o referendo revogatório. Salvo o Legislativo, o chavismo tem uma presença dominante nos demais poderes públicos.

- Uma oposição que não apaixona

Marcha em apoio ao líder da oposiçãoLeopoldo López, do Vontade Popular, que está preso desde 2014 Foto: AP Photo/Ariana Cubillos

Marcado por um passado de divisões e derrotas eleitorais, a oposição venezuelana vive seu melhor momento em 17 anos de chavismo. Após conquistar a maioria parlamentar, impulsiona o revogatório.

No entanto, é uma oposição fraturada que dificulta conectar-se com as massas, segundo León. "Não há uma liderança concreta que possa ser amada pelas massas ou os faça se apaixonar pela mudança", agrega.

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Reunidos na Mesa da Unidade Democrática (MUD), os inimigos políticos de Maduro estão de acordo sobre a importância de destituí-lo e de buscar reformas econômicas imediatas, mas no resto dos temas, existem divisões importantes.

- O núcleo fiel

Chavismo vence eleições, mas perde maioria de dois terços no Parlamento Foto: Ariana Cubillos/AP

Maduro nunca será como Chávez, repetem analistas dentro e fora da Venezuela para ilustrar as diferenças entre o pai e o filho político. "O presidente Maduro não é nem sombra em termos de popularidade nem credibilidade, nem tem a capacidade para solicitar à população que adiem gratificações, porque é muito mais instável", comenta León.

Apesar disso, segue explorando a retórica e a figura de seu antecessor, assim como a fidelidade do setor firme do chavismo.

O chefe de Estado atribui os males que se acumulam na Venezuela a uma "oposição golpista" junto com o "império" e a "direita internacional", que buscam sufocar o governo em uma "guerra econômica".

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