Patrícia Ferreira
01 de novembro de 2011 | 08h33
Apesar da oposição dos EUA, de Israel e de outros 12 países, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aprovou na segunda-feira, 31, em Paris o ingresso da Palestina como seu membro número 195 em uma vitória para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Foram 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstenções.
Veja também:
Unesco aceita Palestina como membro; EUA e Israel retaliam
Washington corta US$ 60 milhões da agência
CHACRA: O argumento de EUA para votar contra os palestinos
HOTSITE: A busca pelo Estado palestino
Avanço diplomático
Busca por reconhecimento em novas agências
‘Importância e peso simbólico’
Assista abaixo ao discurso da diretora-geral da Unesco, Irina Bokova
Pontos-chave
O status dos palestinos nas Nações Unidas
Reconhecimento. Em setembro, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu o reconhecimento do Estado palestino como membro pleno da ONU.
Votação no CS. O pedido de adesão toral será levado ao Conselho de Segurança, mas tem oposição do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e dos EUA.
Adesão parcial. Caso perca, a AP tem maioria na Assembleia-Geral para obter o status de Estado observador, que lhe possibilitaria participar de órgãos internacionais.
A Unesco no Pacífico
A ONU tem 193 membros. A Unesco, 194. A diferença é a ilhota de Niue, no Pacífico. Embora tenha governo próprio, pertence à Nova Zelândia. É membro da Unesco, mas não da ONU.
A posição do Brasil
Itamaraty felicita árabes. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou ontem um comunicado em que cumprimenta a Palestina por sua admissão como membro pleno da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em seu discurso de posse, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, lembrou que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) reconhece o Estado palestino. “Enquanto as potências discutem se apoiam a Palestina como filiada, a Fifa a reconhece e a acolhe como membro. Até já disputou eliminatórias”, afirmou, lembrando ainda que a Fifa reúne 208 integrantes, mais do que os 193 da Assembleia-Geral da ONU.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.