Foto do(a) blog

O blog da Internacional do Estadão

Para príncipe Charles, guerra na Síria foi originalmente causada por mudança climática

Filho da rainha Elizabeth afirma que a falha do mundo em lidar com alterações no clima seria a causa do conflito sírio, do terrorismo e da consequente crise dos refugiados que atinge a Europa

PUBLICIDADE

Por Redação Internacional
Atualização:

LONDRES - O herdeiro do trono britânico, príncipe Charles, deve fazer um discurso na abertura da conferência global sobre mudanças climáticas em Paris, na próxima semana, onde 118 líderes se reunirão para tentar fechar um acordo para limitar as crescentes emissões de gases de efeito estufa.

Charles disse em uma entrevista, gravada antes dos atentados do dia 13 de novembro, que esses sintomas eram um "caso clássico de não lidar com o problema".

PUBLICIDADE

"Alguns de nós diziam há 20 e poucos anos que se não resolvêssemos esses problemas, veríamos cada vez mais conflitos por recursos escassos, as maiores dificuldades durante a seca, e o efeito acumulado das mudanças climáticas, o que significa que as pessoas precisam se mexer", disse.

"Na verdade, há de fato boas evidências de que uma das maiores razões para esse horror na Síria, curiosamente, foi uma seca que durou cinco ou seis anos, e levou uma grande quantidade de pessoas a deixarem a região, mas cada vez mais elas vieram para as cidades."

Questionado durante a entrevista sobre a possibilidade de haver uma ligação direta entre alterações no clima, conflito e terrorismo, Charles disse: "Com certeza".

Publicidade

"Nunca lidamos com a causa, que infelizmente é o que estamos fazendo com o nosso meio ambiente natural", afirmou o príncipe, ressaltando que problemas maiores virão se a mudança climática não for abordada imediatamente.

Mesmo em um período de austeridade, o mundo não poderia deixar de agir, disse. "Quero dizer que as dificuldades em 2008 com o crash financeiro foram uma crise bancária. Mas agora nós enfrentamos uma possibilidade real do banco da natureza ir à falência", disse. /REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.