Ariel Palacios, correspondente / Buenos Aires
Bordaberry é um sobrenome complicado de ostentar, pois recorda o ditador civil Juan María Bordaberry (eleito em 1971 e títere dos militares entre 1973 e 1976), que deu origem a um termo das ciências políticas, a "bordaberrização" (que refere-se a uma ditadura militar que pretende ter aparência democrática e para isso coloca um civil como presidente).
No entanto, as semelhanças de Pedro Bordaberry com o pai ex-ditador (que morreu em 2011) restringem-se ao queixo proeminente.
Pedro Bordaberry tornou-se a jovem estrela do Partido Colorado desde que ocupou a pasta do turismo no governo de Jorge Batlle (2000-2005). Nas eleições de 2004, o partido - abalado pela crise econômica de 2001-2002, com Guillermo Stirling como candidato - obteve apenas 10,6% dos votos, o pior desempenho dos colorados em toda sua história.
Bordaberry encarregou-se de renovar o partido. Candidatando-se a presidente em 2009, recuperou terreno, conseguindo 17,02% dos votos.
Pesquisas mostram que para as eleições deste ano ele teria 15% das intenções de voto.
Pedro, que era um pré-adolescente quando seu pai governou o país, evita falar sobre a ditadura dos anos 70. Mas em 2007 participou de um ato público que tinha o slogan "nunca mais irmãos contra irmãos", abraçando o presidente socialista Tabaré Vázquez, condenando o período ditatorial.