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Perguntas e respostas: conflito entre israelenses e palestinos

Entenda, entre outros pontos, a polêmica que envolve a transferência da embaixada americana em Israel para Jerusalém

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Por Redação Internacional
Atualização:

JERUSALÉM - O presidente dos EUA, Donald Trump, se encontrou nesta quarta-feira, 15, com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, na Casa Branca. Veja abaixo alguns pontos que explicam os motivos da polêmica envolvendo a transferência da embaixada americana em Israel para Jerusalém.

Presidente dos EUA, Donald Trump (dir.), e líder russo, Vladimir Putin ( Foto: AP Photo/Evan Vucci)

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Por que Jerusalém é importante para os israelenses?

Os judeus consideram Jerusalém como capital do país há mais de 3 mil anos por razões religiosas e políticas. Desde as duas destruições do Templo de Jerusalém e a consecutiva dispersão do povo judeu, o Judaísmo sempre evocou um retorno à região. A Cidade Santa era a capital do reino de Israel do rei Davi (século X a.C.) e, mais tarde, do reino judeu (século II a.C.).

Por que Jerusalém é importante para os palestinos?

Os palestinos, que representam cerca de um terço da população da cidade, reivindicam Jerusalém como capital de seu futuro Estado. Para os palestinos, a cidade também conta com um local religioso essencial: a Esplanada das Mesquitas, situada na Cidade Velha. O lugar, segundo o Islã, é onde o profeta Maomé subiu aos céus. Este é o terceiro local mais sagrado para os muçulmanos.

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Em 1947 foi aprovado pela ONU um plano que previa a divisão do território ocupado pelos palestinos em três partes: um Estado árabe, um Estado judeu e uma Jerusalém sob controle internacional. O projeto foi aceito por dirigentes sionistas, mas acabou rejeitado por líderes árabes.

Após a partida dos britânicos e a primeira guerra entre israelenses e árabes, foi criado em 1948 o Estado de Israel. No ano seguinte, Jerusalém oeste foi escolhida para ser a capital do país. A parte norte oriental da cidade permaneceria sob controle da Jordânia.

Após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel anexou a parte oriental de Jerusalém, proclamando-a sua capital. Uma lei israelense aprovada em 1980 declarou Jerusalém capital "eterna e indivisível" do país. A decisão não foi reconhecida pela comunidade internacional, que considera que a parte leste da região foi ocupada pelos israelenses.

Quais países têm embaixadas em Jerusalém?

Antes da anexação do leste de Jerusalém em 1980 e das resoluções da ONU que a condenam, 13 países instalaram suas embaixadas em Jerusalém: Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Holanda, Panamá, Uruguai e Venezuela.

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Depois das resoluções de 1980, esses países voltaram a estruturá-las em Tel Aviv. As de Costa Rica e El Salvador ficaram em Jerusalém entre 1984 e 2006.

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No que Trump se baseia para cogitar a mudança da embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém?

Em 1995, o Congresso dos EUA aprovou uma lei que estabelece que "Jerusalém deveria ser reconhecida como capital de Israel", e a embaixada americana deveria ser transferida para a cidade no dia 31 de maio de 1999, no mais tardar".

Durante a campanha eleitoral, o novo presidente dos EUA, Donald Trump, se comprometeu a reconhecer Jerusalém "como a capital indivisível do Estado de Israel". Desde que assumiu a presidência, ele não tomou nenhuma decisão nesse sentido, mas tem ouvido alertas sobre o risco de que a transferência da embaixada provoque uma explosão de violência na região. / AFP

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