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Piratas voltam a aterrorizar o Golfo de Áden

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Por Marcelo de Moraes
Atualização:

Quando a Marinha espanhola encontrou o pesqueiro iraniano UAID 400 flutuando à deriva a mais de 400 quilômetros da costa da Somália, seus 13 tripulantes já tomavam água do mar para sobreviver.

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A embarcação foi uma das centenas atacadas por piratas somalis no Golfo de Áden nos últimos anos. Segundo John Harbour, o porta-voz da Missão Atalanta, enviada da Europa para coibir a ação dos piratas na costa africana, "os tripulantes pediam ajuda desesperadamente fazendo sinais". Ele disse que o barco foi atacado no dia 16 de março, mas como era pequeno e não trazia grande valor a bordo, foi simplesmente abandonado, com todos os seus tripulantes amarrados. "Os piratas nunca são amáveis, mas, desta vez, foram especialmente cruéis", disse.

Só este mês, mais de cem piratas foram capturados na região. Diversas lanchas rápidas com munição e combustível foram destruídas, mas os criminosos ainda mantêm sete barcos sequestrados e mais de 150 tripulantes em seu poder, à espera de resgate. A ação dos corsários só é possível porque a Somália é um Estado falido, sem governo central capaz de exercer autoridade sobre todo seu território. Em seu favor, os criminosos dizem que roubam porque grandes pesqueiros nórdicos e japoneses aproveitaram-se do vácuo de poder da Somália durante os anos 90 para realizar incursões de pesca predatória que, segundo os somalis, acabou com o único meio de subsistência dos pescadores locais.

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