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Saiba como a América Latina se prepara para receber o ano-novo

Nas praias do Rio de Janeiro, por exemplo, milhares de pessoas jogarão flores e oferendas nas águas, ou vão pular as sete primeiras ondas do ano para ter seus pedidos realizados

Por Redação Internacional
Atualização:

Os brasileiros se vestem de branco e fazem oferendas a Iemajá na virada do ano para pedir paz, amor ou dinheiro, mas outras superstições na noite de ano-novo, como comer uvas e lentilhas, também são costume em outros países da América Latina.

Cerimônia é oferecida para Iemanjá na praia de Copacabana. Foto: Silvia Izquierdo/AP

 

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Nas praias do Rio de Janeiro, por exemplo, milhares de pessoas jogarão flores e oferendas nas águas, ou vão pular as sete primeiras ondas do ano para ter seus pedidos realizados.

Em Santiago do Chile, todo mundo vai vestir lingerie de cor amarela: a tradição é para atrair prosperidade e amor.

"A calcinha amarela é para o amor, sorte, dinheiro, para que este ano seja bom para todos. Temos calcinhas, cuecas, shorts, tudo amarelo", explica à agência France-Presse Gladys Leal, uma vendedora de lingerie na capital chilena.

Ao lado, outra lojista, Jesica Silva, diz que "como é a tradição a cada ano, é necessário que a roupa de baixo seja oferecida como presente para trazer boa sorte para o próximo ano, para os solteiros, para o amor, abundância e prosperidade".

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"Porque o amarelo representa os raios dourados da abundância e da prosperidade", insiste.

Alguns puristas até sugerem vestir a lingerie do lado avesso para garantir um ano novo cheio de paixão.

"Além da roupa íntima amarela, a tradição está mais relacionado com a cor", diz o escritor chileno Héctor Velis-Meza, autor de A História Secreta do Natal e do Ano Novo, que recorda que o amarelo, tradicionalmente considerado uma cor que atrai azar, aqui refere-se ao sol como um símbolo da eternidade.

O Chile não é o único a ter esta tradição das roupas íntimas amarelas, igualmente observada no Brasil, principalmente para atrair riqueza, no México, Peru, Equador e Colômbia.

Calcinhas amarelas são vendidas em Medellin, na Colômbia. Foto: Camilo Gil/AFP

 

No Uruguai e na Argentina a lingerie deve ser preferencialmente rosa para celebrar a chegada de 2017, enquanto na Venezuela é indispensável vestir roupas novas.

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Jogar água, queimar bonecas... Estas mandingas estão entre os muitos costumes da América Latina para celebrar o ano-novo, mas uma das mais comuns é comer lentilhas na ceia de réveillon, e 12 uvas à meia-noite, uma para cada mês do novo ano.

Em vários países da região, também é recomendado passear pelo bairro à meia-noite com uma mala: a promessa de muitas viagens no próximo ano.

No Uruguai, a população está acostumada a jogar baldes de água na rua para limpar os caminhos antes da chegada do novo ano... enquanto jogam na mesma rua calendários do ano que acaba de terminar.

Para garantir a boa sorte no ano-novo, os colombianos colocam batatas sob sua cama.

 

Ritual indígena no Peru. Foto: Karel Navarro/AP No Peru e Equador, o ritual é o de queimar bonecas representando as personalidades mais rejeitadas pela população, um costume relacionado às práticas indígenas andinas de justiça popular.

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Mas, em geral, como apontado por Héctor Velis-Meza, "grande parte desses ritos foram trazidos da Europa pelos conquistadores" de Espanha e Portugal, principalmente. Esse é particularmente o caso das 12 uvas, um típico hábito espanhol.

O escritor também cita o exemplo da tradição de comer lentilhas: na Europa, era costume ingerir esse prato altamente calórico para preparar o corpo para o inverno... enquanto na América Latina a passagem de ano ocorre em pleno verão. / AFP

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