Redação Internacional
15 de agosto de 2014 | 12h16
KIEV- O Exército da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira, 15, que tropas do país perseguiram uma coluna de blindados russos que atravessaram a fronteira entre os dois países. Segundo um porta-voz militar, as forças ucranianas atacaram a coluna russa e “parte dela não existe mais”.
A chancelaria russa informou que tropas ucranianas estão em “intenso combate” no leste do país impedindo o avanço de ajuda humanitária. “Chamamos a atenção para a aguda intensificação de ações militares ucranianas com o motivo aparente de interromper o avanço, acordado com Kiev, de um comboio humanitário através da fronteira da Rússia com a Ucrânia”, disse a chancelaria por meio de nota.
Pouco depois da confirmação do ataque aos blindados, a Grã-Bretanha convocou o embaixador russo em Londres para prestar esclarecimentos sobre o episódio.
A União Europeia afirmou que a Rússia deve “interromper imediatamente” qualquer ação hostil na fronteira com a Ucrânia. Ministros de Relações Exteriores estavam reunidos em Bruxelas para discutir as crise na Ucrânia e no Iraque e pediram que Moscou “retire suas forças da fronteira”.
Um comboio de 280 caminhões russos levou a ajuda até a fronteira, em uma operação que despertou a suspeita de Kiev de que pudesse ser um disfarce para uma operação militar russa na Ucrânia.Guardas de fronteira e da alfândega tinham prometido inspecionar as cargas.
A ajuda é destinada ao leste da Ucrânia, onde um confronto entre forças do governo e separatistas pró-Rússia provocou uma crise humanitária. (Veja imagens do comboio)
Otan. Mais cedo, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que uma “incursão russa” dentro da Ucrânia tinha ocorrido durante a noite, mas não chegou a caracterizar o ocorrido como uma invasão. Repórteres também disseram ter visto veículos militares russos atravessando a fronteira da Ucrânia.
“Na noite passada nós vimos uma incursão russa, uma travessia da fronteira ucraniana”, disse ele a repórteres após encontro com o ministro da Defesa da Dinamarca. “Isso apenas confirma o fato de que vemos um fluxo contínuo de armas e combatentes da Rússia para o leste da Ucrânia e é uma clara demonstração do contínuo envolvimento russo na desestabilização do leste da Ucrânia.” / REUTERS
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