PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

O blog da Internacional do Estadão

Veto antiterror barra cientistas renomados nos EUA

Pesquisadores iranianos que trabalhariam no país têm sua entrada proibida

Por Redação Internacional
Atualização:

BOSTON, EUA - Thomas Michel, professor da Escola de Medicina de Harvard, estava tão empolgado pela contratação do pesquisador iraniano Soheil Saravi que colocou o nome dele na porta do futuro laboratório assim que o visto do estrangeiro foi aprovado. Mas quando entrou em vigor o decreto do presidente Donald Trump sobre imigração, Saravi não pôde mais entrar nos EUA.

"É interessante. Essa é uma porta. E está aberta", disse Michel. "Ele (Saravi) não pode passar por ela para entrar nesse país, nem nesse laboratório."

O pesquisador iraniano Soheil Saravi já tinha obtido até o visto para trabalhar em Harvard. (foto: Steven Senne, AP) Foto: Estadão

PUBLICIDADE

O veto de Trump para pessoas do Irã e de outros seis países predominantemente muçulmanos tem frustrado acadêmicos como Michel, que se sentem roubados.

Boston e outras cidades americanas orgulham-se por atrair os melhores e mais brilhantes pesquisadores do mundo. Muitos deles são imigrantes e, na última metade do século passado, o trabalho deles contribuiu para os numerosos Prêmios Nobel do país. O veto e as batalhas legais do novo governo deixaram tudo incerto no mundo acadêmico.

Soumya Raychaudhuri, outro pesquisador de Harvard, estava impaciente esperando o destino de uma nova contratação, Samira Asgari. Também do Irã, ela informou no fim de semana que não teve permissão para embarcar em um voo na Suíça rumo ao seu novo emprego em Boston em razão do veto - mesmo que ela já estivesse com um visto J-1 que a permitia trabalhar nos EUA. "Sentindo-se mais seguro?", questionou ela no Twitter.

Publicidade

"É um grande revés", disse Raychaudhuri. "Ela é especialista em doenças infecciosas, e tem experiência em abordagens computadorizadas. Essa combinação é muito rara. Encontrar alguém com esse talento é um desafio."

Saravi tem trabalhado em um projeto de pesquisa que examina as contrações das células musculares do coração e veias. As chances de os dois pesquisadores poderem entrar nos EUA agora são incertas. / AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.