25 de março de 2009 | 09h40
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, inicia nesta quarta-feira, 25, uma visita ao México dominada pelos temas de segurança, em especial a violência ligada ao narcotráfico na fronteira, e pela visita do presidente Barack Obama em abril. A viagem acontece um dia após o governo americano anunciar um plano de US$ 700 milhões para combater o tráfico de drogas no México.
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Hillary, que visitará o país pela primeira vez como funcionária do governo americano, deve se reunir com o presidente Felipe Calderón e a chanceler Patricia Espinosa na Cidade do México e, na quinta-feira, visitará a cidade industrial de Monterrey, no norte do país. A ministra de Relações Exteriores mexicana reconheceu que a segurança na fronteira, onde os cartéis promovem uma guerra pelo tráfico de drogas, será um dos principais temas da visita de Hillary.
Durante a viagem ao México, as diplomacias dos dois governos devem dar mais detalhes da viagem de Obama ao país, prevista para os dias 16 e 17 de abril. A visita de Hillary ocorre durante a onda de violência na fronteira, onde os cartéis disputam as rotas de tráfico para os EUA. Os cartéis faturam US$ 40 bilhões por ano com o tráfico de drogas para o EUA, maior mercado consumidor do mundo. Do outro lado da fronteira, os narcotraficantes conseguem 90% do armamento usado. Segundo autoridades mexicanas, houve 7 mil assassinatos no México em crimes ligados ao tráfico em 2008 e 2009.
Plano antidrogas
O presidente americano, Barack Obama, disse na noite de terça-feira, em entrevista coletiva, que os EUA estão preparados para "fazer mais" se os agentes e os equipamentos adicionais que ele planeja enviar à fronteira com o México para conter a violência relacionada ao narcotráfico não forem efetivos. "Continuaremos a monitorar a situação e se as medidas adotadas não forem suficientes, então faremos mais."
O plano anunciado antes da coletiva de Obama prevê que a maior parte do dinheiro será investida ainda este ano no aumento do policiamento na fronteira para tentar conter a ação dos cartéis mexicanos, que já operam em cerca de 200 cidades americanas. O investimento anunciado faz parte da Iniciativa Mérida, programa de segurança assinado entre EUA, México e países da América Central durante o governo de George W.Bush, em 2007. Na ocasião, o pacote previa gastos totais de US$ 1,4 bilhão em três anos. Os recursos que serão liberados em 2009 são aproximadamente o mesmo montante anual que os americanos gastaram em média com o Plano Colômbia, de 2000 a 2008. O plano prevê um aumento do número de oficiais de imigração e alfândega, assim como uma maior coordenação entre as agências federais americanas e mexicanas. Além disso, o México também receberá cinco helicópteros dos EUA.
O Departamento de Segurança Nacional também aumentará a repressão ao tráfico de armas - só na semana passada, operações realizadas na fronteira apreenderam mil armas de fogo e US$ 4,5 milhões. Além disso, os EUA enviarão mais 50 agentes de imigração para a Cidade do México, que trabalharão com a Procuradoria-Geral mexicana. A Casa Branca anunciou ainda o envio à região de 12 equipes treinadas que contam com a ajuda de cães capazes de farejar explosivos, drogas, armas e dinheiro.
A iniciativa americana não menciona um aumento do uso de forças militares, mas afirma que o Pentágono colaborará com as Forças Armadas do México para ampliar a troca de informações e a capacidade de operação conjunta das unidades antidrogas dos dois países. No início do mês, Obama, disse que estava avaliando a possibilidade de enviar à fronteira efetivos da Guarda Nacional americana. Mas no plano divulgado ontem não há qualquer menção a uma militarização imediata da região - a hipótese, porém, não está descartada.
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