
12 de março de 2010 | 22h43
Advogados e funcionários municipais disseram nesta sexta-feira, 12, que acreditam que os membros de equipes de resgate que supostamente ficaram doentes trabalhando nas ruínas das Torres Gêmeas após os ataques de 11 de setembro aceitarão uma compensação em dinheiro.
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Milhares de trabalhadores que afirmaram terem adoecido entre os escombros do Centro de Comércio Mundial terão um prazo de três meses para decidir se aceitam dividir a indenização de US$ 657 milhões. O acordo só será válido de 95% dos afetados o aceitarem.
Essa será uma decisão difícil, mas o advogado da firma que negociou o acordo disse que as reações da maioria dos clientes foram favoráveis.
"Os comentários têm sido bastante positivos. Os clientes se sentem bastante aliviados pela indenização que está a vista", disse Marc Bern, sócio do escritório de advocacia Worby, Groner, Edelman & Napoli, Bern LLP, que negociou o acordo.
Contudo, como 10.000 denunciantes estão envolvidos no caso, o sucesso não está garantido, assim como US$ 575 milhões do acordo também não são certos. Alguns trabalhadores estão em condições de obter somente o pagamento mínimo de US$ 3.250.
Qualquer compensação que os envolvidos obtenham pode ser reduzida em um terço ou mais devido a cobrança dos honorários dos advogados.
O representante de um dos grupos de vítimas manifestou na sexta suas dúvidas de que o acordo envolva dinheiro suficiente. "A partir do que eu vi, não creio que ele vá ter 95% de aceitação entre nós", opinou John Feal, da Fundação FealGood, com segue em Long Island.
Feal destacou que alguns trabalhadores poderiam acabar recebendo somente alguns milhares de dólares por doenças que terão pelo resto de suas vidas. "Isto está muito longe de ser justo", argumentou. "Olhem, se alguém tem câncer e tem que pagar a quimioterapia e as contas dos médicos, um milhão de dólares pode se esgotar muito rápido".
Outros trabalhadores de emergência que estiveram entre os escombros do Centro de Comércio Mundial se mostraram mais otimistas. Martin Fullam, tenente reformado dos bombeiros de Nova York, foi diagnosticado com polimitose e fibrose pulmonar logo após passar horas entre os destroços fumegantes.
Fullam considerou o acordo "algo bom" e disse que provavelmente o aceitará. "Confio nos meus advogados", disse, mas ressaltou que queria primeiro ver quanto dinheiro receberia no final.
O acordo foi oferecido na noite de quinta-feira, depois de anos de manobras na corte e dois anos de duras negociações entre os advogados dos afetados e da WTC Captive Insurance Co., uma entidade criada pelo Congresso para ajudar que a cidade lide com a montanha de litígios relacionados com a limpeza dos escombros das Torres Gêmeas.
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